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Cidadania e Segurança

A quem estamos protegendo?

Quando lutamos por resguardar, acima de tudo, a vida das nossas crianças, sinto muito dizer, mas o Brasil falha

Publicado

em

Coluna Francischini

Até onde eu me lembro, sempre existiu uma “ordem” de pessoas que são prioridade em diversas esferas, principalmente no que diz respeito à saúde, à segurança e à proteção.
Quando lutamos por resguardar, acima de tudo, a vida das nossas crianças, sinto muito dizer, mas o Brasil falha miseravelmente com essa necessidade.
Voltemos um pouco no tempo, até o último grande caso que chocou o país: a morte do menino Henry. Quando falo assim parece que já faz muito tempo e, se você se sente assim, devo te contar que ontem completamos exatos quatro meses dessa tragédia. E sabem o que aprendemos? O que mudou, o que melhorou?
Nada.
Não sei dizer se consideramos a morte de Henry um estopim para uma nova onda de crimes ou um flagrante de uma realidade que já vivemos há muito tempo.
Os números da violência contra crianças e adolescentes são estarrecedores. Somente entre janeiro e maio deste ano foram registradas 35 mil denúncias.
Os dados são do canal Disque 100 e o que mais chama a atenção é a idade das vítimas. Em quase 6 mil registros, as crianças tinham apenas de 2 a 4 anos.
Violência física e psicológica são mais recorrentes e a maior incidência – 66% – envolve meninas na faixa etária de 12 a 14 anos.
Outro dado alarmante: cerca de 20,8 mil denúncias possuem pais e mães como suspeitos da violação.
Inimaginável!
Se não bastasse a crueldade da violência doméstica contra crianças, a imaginação desses monstros vai ainda mais adiante e as histórias são cada vez mais bárbaras.
Esta semana a Polícia Federal desarticulou um grupo criminoso atuando em São Paulo, especializado em tráfico de menores vindos de Bangladesh para o Brasil. Em Cristalina, cidade perto do DF, um casal foi preso após tentativa de homicídio de dois meninos, um de três anos, que precisou ser hospitalizado, e um bebê com apenas um ano e 11 meses, resgatado em estado gravíssimo.
Não, essas não são as únicas histórias que aconteceram durante esses quatro meses. E nos últimos 13 anos, desde a morte de Isabella Nardoni?
O que mudou no sistema judiciário? Quais foram as novas ferramentas implantadas para combater efetivamente toda a violência e abuso que as crianças estão sofrendo? E a impunidade, segue “intocável” no Brasil?
Os exemplos precisam mudar, as leis precisam oferecer uma maior amplitude e o sistema tem que funcionar. Sem uma mudança concreta e um estímulo constante para que a população faça denúncias, seguiremos ouvindo histórias desse mal sorrateiro e covarde que invade os lares brasileiros.
É preciso lembrar disso no ano que vem, quando encherem a garganta em campanhas políticas prometendo que vão cuidar dos seus filhos e protegê-los como se fossem deles.
Vão mesmo?

Foto: internet

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