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Semeando Esperança

Uma aliança para todos

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A solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo é uma tradição católica que remonta ao ano de 1264; nela, para proclamar publicamente a fé eucarística e homenagear o Santíssimo Sacramento, costuma-se realizar procissões, muito estimadas pelo católico devoto. As circunstâncias da pandemia, porém, pelo segundo ano consecutivo, exigiram adaptações na maneira de celebrar esta festa, sem criar aglomerações. Confiamos que, agindo desse modo fazemos uma pequena parte para barrar a proliferação deste vírus que está deixando na humanidade marcas profundas de morte, dor, tristeza e insegurança. Celebramos sem procissões, mas mantendo o essencial: a Aliança. Sim, Eucaristia é uma aliança em favor de todos.

Mas a realização de uma aliança supera o âmbito religioso; envolve aquele social de uma família, grupo ou país. Contém uma dimensão profundamente humana, mas pode incluir também aquela da fé. Por exemplo: dois países aceitam firmar um pacto contra a fome e o desarmamento; uma pessoa que ama compra as alianças para o casamento. Dois exemplos de aliança, ambos positivos. 

Uma aliança, segundo a compreensão bíblica, inclui: palavra (conversa, discurso, termos), refeição e perdão mútuo. Tanto o casamento quanto um pacto entre países requerem todos os três elementos. As palavras do casamento, para além da frieza de um contrato, ditas antes da troca das alianças, geram uma relação nova, a de esposos. Esta relação de aliança carece de refeição (comer e beber juntos) e de perdão, que confere à aliança a possibilidade de ser assumida a cada dia. É uma aliança para todos!

As relações na sociedade, se dois países assinarem um acordo para superação da fome e o desarmamento de sua população, também deverão conter os três elementos da aliança: palavra, refeição e perdão. Definidos os termos do pacto (palavra), à sua assinatura normalmente se segue uma refeição ou, pelo menos, uma recepção para que as pessoas possam comer e beber juntas. E o terceiro elemento da aliança, o perdão, precisará ser estabelecido e assumido por uma competente diplomacia dos respectivos países, a fim de restabelecer os termos do contrato que foram desrespeitados. 

A procissão que auguramos para um futuro próximo se tornaria apenas folclore caso deixasse de lado a realidade humana e teológica da Aliança.  Teológica, pois Cristo, na sua vida entregue – no seu sangue derramado por todos – estabeleceu uma aliança definitiva, celebrada na Eucaristia. Humana, enquanto nosso modo de viver as relações familiares ou cidadãs devem estabelecer pactos para que as pessoas de fato tenham o que comer e o que beber. Os pactos que estão sendo assumidos entre nós e em nosso país têm sido realmente uma aliança para todos, visam o bem de todos os brasileiros?

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