Os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é uma campanha anual e internacional que começa no dia 20 de novembro, no Dia da Consciência Negra, para enfatizar a dupla discriminação sofrida pela mulher negra, e vai até 06 de dezembro, em que marca o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A mobilização começou em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo.
A mobilização de todos nessa campanha é de suma importância, visto que, o Brasil encontra-se em quinto lugar na posição de homicídios a mulheres, e em Paranaguá somam-se, quase 500 medidas protetivas por ano, que são ordens judiciais concedidas em proteção legal à mulher que se encontra em situação de violência doméstica ou familiar, e que tem como objetivo cessar uma ameaça ou uma efetiva lesão à integridade da vítima, seja ela física, moral ou psicológica, e, inclusive, visando a proteção dos bens da ofendida.
A medida protetiva é concedida quando a mulher faz a denúncia, porém muitas mulheres ficam caladas e existem inúmeros motivos do por que as mulheres não denunciam, ou somente o fazem depois de determinado tempo, ou ainda, depois que observa outras mulheres denunciando. Muitas vezes por medo do agressor, julgamento social e familiar, dependência do agressor (afetiva, financeira, familiar, emocional, etc.), preocupação com os filhos/a família, e com sua imagem, entre muitos outros motivos.
Todos estes motivos são reflexos de uma sociedade que ainda se encontra estruturada nos modelos patriarcais e machistas, onde a mulher em situação de violência é (quase) sempre culpada pela agressão que da qual foi ou é vítima.
Antes de culpabilizar a vítima pela agressão e violência que ela sofreu ou que vem sofrendo, reflita sobre todas estas possibilidades (e ainda outras diversas) de porque esta mulher deixou de exercer os seus direitos. E lembramos: NUNCA É CULPA DA VÍTIMA!