O mês de maio é, simbolicamente, representante do sagrado materno: celebra-se o dia das mães e alguns pontos concernentes à maternidade passam a ser discutidos na sociedade. No entanto, há muitas pautas a serem debatidas quando se fala sobre o tema.
A maternidade foi, em determinado momento da história, encarada como fator principal da dominação do homem sobre a mulher e, posteriormente, vista como fator diferencial do ser mulher, guiando-se pelo feminismo diferencialista, em que se valorizavam as diferenças do ser mulher em relação ao outro gênero. A maternidade é, então, percebida como uma construção social. As questões sobre maternidade compulsória e direitos reprodutivos entram nas discussões na sociedade, pauta levantada pelo movimento feminista.
Contudo, o julgamento adotado por algumas pessoas pode ser infinitamente mais cruel: a culpabilidade materna. Nos tempos atuais, ainda é possível encontrar pessoas que culpam as mães pelo autismo de seus filhos, por exemplo. É desumano imputar uma culpa como essa a uma mulher que já carrega sobre seus ombros uma grande responsabilidade, tamanha a quantidade de tarefas e papéis que precisa desempenhar.
O maternar é ato político e faz parte da reprodução da força de trabalho. É preciso se ater à função da maternidade como fator fundamental para uma nova configuração social, pois o maternar é criar vidas, sujeitos, indivíduos sociais, compreendido como ato político e que se estende ao espaço público também.
O mês das mães, é algo simbólico, mas que precisa ser direcionado para debates mais reais sobre a maternidade. Não podemos esquecer que a maternidade é a base para a formação de sujeitos sociais e que são as mães as que sustentam, de fato, toda a nação, que edificam o futuro.
Nesse sentido, a maternância ressalta a maternidade em todos os seus aspectos, seja na luta pelo fim das opressões e desigualdades de gênero e seus papeis sociais (e, por isso, se encaixa na reflexão teórica feminista), seja como uma nova proposta de ativismo feminista que engloba as demandas das mães e de tudo que se relaciona ao mundo materno e do que recai sobre as mulheres consequentemente.
Assim, com pequenas (grandes!) conquistas, vamos, todos juntos, modificando a sociedade e, consequentemente, o mundo. É verdade que ainda há muito a realizar, muito a fazer, mas tenho certeza de que garra, disposição e coragem não nos falta!