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Coronavírus

Pandemia afeta trabalho de vendedores ambulantes de Paranaguá

Trabalhadores informais enfrentam dificuldades

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O isolamento social não é uma realidade para todas as pessoas, principalmente para quem precisa trabalhar para garantir o sustento da família. Os vendedores ambulantes, por exemplo, são os trabalhadores que mais têm contato com todos os tipos de cidadãos.

Eles acordam cedo e estão nas ruas e praças, todos os dias, na expectativa por uma boa procura de seus produtos. Valdinei Alonso, casado, pai de três filhos, por exemplo, morador na Vila Guarani, trabalha há três anos no Centro de Paranaguá, comercializando pacotes com alho.

Ele atua na calçada das 9h às 16h, em dias de chuva ou sol para garantir o sustento da família. “Antes da pandemia, vendia 30 pacotes por dia, hoje a quantidade não chega a 20, mas não posso reclamar porque compreendo a atual situação que estamos atravessando”, conta.

Francisco Chagas, morador na Vila dos Comerciários, trabalha como ambulante há 16 anos. Ele vende panos de pratos e meias no Centro da cidade. “Ficar em casa, nem pensar, é preciso correr e garantir o pão de cada dia. Está sendo muito difícil, mas já tivemos dias piores, em abril, quando tudo ficou parado. Desde que voltamos, as vendas ainda não são como antes. Posso dizer que estou vendendo a metade do que vendia antes. Acredito que isso ainda vai levar mais alguns meses. A solução é economizar para poder viver”, define.

Quem também tem superado as dificuldades é o vendedor ambulante Andres Rojas. Natural de Lima, no Peru, ele mora em Paranaguá há 18 anos. A história de Rojas é curiosa pelo fato dele ter fixado residência na cidade por acaso. “Eu trabalhava como músico e viajava por várias cidades brasileiras e quando cheguei aqui acabei ficando porque gostei da cidade”, ressalta.

Rojas vende produtos eletrônicos e aponta que a crise atingiu todos os setores no mundo todo. “As pessoas estão sem sair de casa e, assim, o dinheiro não circula e nós, comerciantes, somos atingidos em cheio. Tem dias que eu não vendo nada, mas temos que ter forças para superar esse momento”, aponta.     

PIPOCA DE CADA DIA

A situação está difícil para todos, mas para quem é vendedor ambulante e trabalha com comida é mais difícil. Quem afirma é Eliana Dias, moradora no Emboguaçu. Ela vende pipoca no centro de Paranaguá e conta que as vendas estão fracas. “As pessoas estão com medo, mas eu posso garantir que é tudo feito com capricho, seguindo as normas exigidas pela Saúde. Uso máscaras e álcool em gel para garantir a minha proteção e dos meus clientes também”, explica.       

Isolamento social não faz parte da vida da vendedora ambulante Carmem Monteiro, de 59 anos, moradora no bairro Emboguaçu. Ela vende suco e chá mate na Praça Fernando Amaro das 9h às 17h.

“Antes da pandemia vendia 50 garrafas de suco por dia e hoje estou atendendo em média de 10 garrafas no máximo. O movimento diminuiu muito. Mas tivemos um período pior, sem poder vender nada. Ficamos 22 dias em casa sem ter renda. Passamos dias difíceis, mas hoje posso dizer que o pior já passou. Daqui para frente a tendência é melhorar cada vez mais.

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