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Os diamantes do Tibagi

É pouco conhecida a história do garimpo de diamantes no rio Tibagi, nos Campos Gerais

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Os diamantes do Tibagi

É pouco conhecida a história do garimpo de diamantes no rio Tibagi, nos Campos Gerais, região que abriga atrativos dignos de visita e registros históricos memoráveis, que infelizmente não aparecem nos currículos escolares dos estudantes paranaenses.

Registrei aqui que meu pai, Jaime Barbosa, teve experiência como escafandrista nogarimpo de diamantes no rio Tibagi. A existência dessa atividade no Paraná é desconhecida por muitos. Trago então alguns registros dessa região, que poderia ser um roteiro turístico.

O Museu Desembargador Edmundo Mercer Júnior (Museu do Garimpo), em Tibagi, é digno de visita. Pode-se descer o rio Tibagi de boia, caiaque ou barco inflável. Em Castro há um Templo Maçônico ao ar livre, o único no Brasil, e as pousadas do Cânion Guartelá.

Um integrante da comitiva do conquistador espanhol Cabeza de Vaca retratou o Cânion como “ladrilhado com lajes grandes e tão bem formado como se tivesse sido colocado pelo homem”.

A região já foi de domínio castelhano, a província do Guairá. Com a retirada das Missões espanholas, pelos bandeirantes paulistas, houve debandada dos índios guaranis para o sul. Os índios caingangues resistiram à ocupação dos brancos, por séculos, e expulsaram do Vale Iguaçu a bandeira de Afonso Botelho.

A ocupação da região se efetivou a partir do século XVIII. Há registros de que a descoberta de diamantes no Brasil se deu em 1729. E no Tibagi provavelmente em 1750.

Citação no Pluto Brasiliensis (1833), provavelmente baseada na Corografia Brasílica, do padre Aires Casal: “Na província de São Paulo, é especialmente rico o rio Tibagi, em Campos de Guarapuava. Dele foram extraídas muitas pedras em contrabando”.

Pela riqueza da região, principalmente do rio Tibagi, houve conflito judicial na província de São Paulo. Muitos mineiros foram atraídos para a região e reivindicavam a posse das terras. Há relatos de retirada e contrabando de diamantes não somente pelos habitantes da região, mas também por garimpeiros de fora (“O sertão do Tibagi; os diamantes e o mapa de Angelo Pedroso Leme (1755)”, de Jefferson de Lima Picanso e Maria José Mesquita).

Por dois séculos a posse da mão-de-obra indígena foi disputada por espanhóis e portugueses na região. Após esse período, essa região tornou-se importante economicamente.

Hoje é lamentável a história do Paraná não fazer parte dos currículos escolares.

Juraci Barbosa é advogado e consultor empresarial

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