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Mar Territorial — O petróleo também é nosso!

Os dois critérios mais usados para delimitação do mar territorial são os dos ‘paralelos’

Os dois critérios mais usados para delimitação do mar territorial são os dos ‘paralelos’, ou meridianos geográficos (comum em linhas de costa com direção N-S ou W-E); e os ‘ortogonais’, que constam de uma linha projetada sobre o mar, traçada perpendicularmente tangente ao ponto fronteiriço entre estados, a partir das linhas de base retas.

Estes critérios variam ao redor do mundo quanto ao se uso, não existindo regra comum a todos os estados nacionais. No Brasil, a Lei nº 7.52/1986 determinou o critério da linha geodésica ortogonal à costa, para traçar as linhas de projeção dos limites territoriais dos estados, e segundo o paralelo, para definição dos municípios confrontantes no território de cada estado.

Nesses critérios, a máxima brasileira de que “o petróleo é nosso” está sendo ignorada. Se é nosso, é de todos os brasileiros e, consequentemente, de todos os estados que os abrigam. Hoje temos uma situação na qual o petróleo pertence mais a alguns estados, melhor aquinhoados, do que aos outros.

Essa condição, é discutível, pela injustiça que provoca na divisão financeira compensatória da produção de petróleo entre estados, pois torna desiguais os direitos a uma riqueza que se encontra na plataforma continental nacional. Portanto, uma riqueza de todos.

Esta divisão seria muito diferente se o critério adotado tivesse sido o dos paralelos. Exemplos dessa injustiça são os estados do Paraná e Piauí, os mais prejudicados na federação.

Pelo critério atual das ortogonais, a área marítima do Paraná e do Piauí tem participação de royalties muito pequena, pois as ortogonais que as delimitam, devido à costa ser côncava, se cruzam logo adiante. Ao contrário de outros estados, nos quais a costa é convexa, as ortogonais não se cruzam, e assim estendem o limite desses estados até a borda da plataforma continental.

Se o critério fosse o das linhas de prolongamento dos paralelos, a área marítima do Paraná se estenderia também até o limite externo da plataforma, trazendo uma grande diferença em royalties a receber pela extração de petróleo. O critério adotado, impõe perda expressiva ao Paraná.

Acorda, Paraná!!

Juraci Barbosa Sobrinho

(Colaboração do Capitão-de mar-e-guerra Rui Alexandre S. Gutierrez)

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