“Chapéu de otário é marreta”, disse o Senador Omar Aziz, Presidente da CPI da COVID-19, sobre depoimento de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da fabricante Davati Medical Supply, que denunciou supostos pedidos de propina para a aquisição de vacinas da AstraZeneca.
O Brasil “celebra” a triste marca de 518 mil mortes por COVID no Brasil desde o início da pandemia, e para coroar o desmonte da saúde pública no País, quase que como a cereja do bolo, somos brindados com mais um escândalo de corrupção, desta vez, contra a vida de milhares de brasileiros. Todos os municípios do Brasil sofrem com a demora do Governo Federal em providenciar a compra de vacinas para que se possa imunizar a população em massa e consequentemente salvar a vida de tantos brasileiros. Sem se falar, na irreparável perda de milhões de pessoas que perderam seus amigos, pais, irmão, tios, sobrinhos, avós. Gente que perdeu gente.
Estranhamente, se sabe que, inúmeras fabricantes de vacinas, devidamente testadas e já em uso em diversos países (sérios) foram ofertadas ao governo brasileiro, mas não acharam interesse de compra pelas autoridades (irresponsáveis).
Chega a ser bizarro de tão triste, e quero ainda crer que tudo não passa de um enorme mal entendido, e que isso pode ser uma tentativa de politizar coisas públicas e sérias. Seria perverso demais, saber que pessoas condicionavam a compra de VACINAS ao pagamento de propina. Pior que isso, seria preciso ter a certeza que a demora na compra de vacinas foi proposital, para que só se fechassem contratos que fosse lucrativos. Pior que isso, seria terminantemente perverso, saber que milhares de brasileiros morreram sem a chance de tomar a vacina, pelo simples fato de alguém condicionar a compra de doses somente se obtivesse vantagem financeira, coroando com isso, o pleno escárnio de toda uma nação, pois independente de partidos políticos, raças ou credos, todos nós já perdemos pelo menos um amigo pela pandemia do novo coronavírus. Não comprar vacina por incompetência, é absurdo, mas ainda “aceitável”. Não comprar vacina por falta de tato para negociação diplomática, é revoltante, mas ainda assim aceitável. Não comprar vacina por boicote aos laboratórios que se recusaram ao pagamento de propina é zombar da dor das pessoas que perderam seus entes.
Enquanto o supremo tribunal federal assiste tranquilo a toda essa carnificina, promovendo regalos como a soltura de um ex-presidente que comprovadamente desviou centenas de milhões de recursos públicos, mais e mais pessoas morrem todos os dias.
Como se não fosse ilógico discutir o óbvio de que todos devem ser investigados e punidos por todo e qualquer ato de improbidade ou corrupção, que ninguém está acima da lei independente se verem vermelho ou verde e amarelo, Enquanto Lulistas e Bolsonaristas se digladiam em redes sociais e protestos patrocinados, nossos irmão brasileiros morrem todos os dias, não apenas pelo COVID-19, mas pela violência patrocinada pela falta de investimentos na segurança pública causando atrocidades chamadas de Lázaros, Jairinhos e Nardinis, também por males de saúde como dengue e tuberculose bastante presentes no nosso litoral, morrem ainda por falta de saneamento básico nos Confins do sertão brasileiro, morrem de fome acusada pelo desemprego, causado pela pandemia, acusada pela NÃO VACINAÇÃO das pessoas, pois se toda a população estivesse vacinada, já não haveriam restrições e a economia voltaria a se aquecer.
Enquanto se discute 1 dólar por vacina, em pleno Circo de uma “FAKE CPI”, ainda esta semana dezenas de pessoas morreram por causa do rígido frio do inverno, ao pari passu de que todos nós, brasileiros, independente da posição política partidária que ocupemos, estamos condenados a enterrar um belo chapéu de Otário em cada uma das nossas cabeças.
Que país é este?
Que Deus tenha misericórdia da nossa nação, e piedade de toda a nossa gente.
Paulo Henrique de Oliveira é mestrando em administração pública, pós-graduado em direito administrativo, com MBA em gestão pública, extensões em ciências políticas, direito eleitoral e ciências sociais, e graduações nas áreas de administração de empresas, gestão de negócios, ciências políticas, e direito. É o Executivo do Podemos no Estado do Paraná, Ex Secretário de Saúde de Paranaguá, e atual Secretário de Saúde de Matinhos.