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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Tempos de pandemia: A gripe espanhola

Várias notícias descreviam recomendações direcionadas à população para evitar a propagação da gripe espanhola

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Evitar aglomerações

Não fazer visitas

Tomar cuidados higiênicos com o nariz e a garganta,

Disponha-se cada qual a reservar um pouco do que lhe sobra em benefício dos mais necessitados. Nada de dissipações e gastos inúteis.

Dar curso a notícias alarmantes não verificadas, é desumanidade e indício de sentimentos baixos.  (Diário do Commercio. Paranaguá, 1918).

As recomendações acima, apesar de parecerem contemporâneas, na verdade, foram escritas no ano de 1918 e publicadas no jornal Diário do Comércio. Entre os anos de 1918 a 1920, várias notícias descreviam recomendações direcionadas à população para evitar a propagação da gripe espanhola. De acordo com Adriana Goulart, durante a Primeira Guerra Mundial, em 1918, algumas pequenas notícias sobre um estranho mal começaram a aparecer nos jornais do Rio de Janeiro. Desde o mês de maio daquele ano, a Europa e a África eram assoladas por uma doença epidêmica, cujo diagnóstico era incerto. Inicialmente, ela acabou sendo confundida com diversas outras doenças, tais como a cólera, dengue e tifo. Somente no final do mês de junho, obteve-se a informação de que se tratava de influenza ou gripe espanhola. A gripe espanhola percorreria o mundo em oito meses, matando entre cinquenta e cem milhões de pessoas e tornando-se o maior enigma da medicina. 

Em Paranaguá, a gripe espanhola acometeu muitas pessoas e exigiu das autoridades uma série de medidas para evitar a sua propagação. Além das medidas citadas no início do texto, foram proibidas as visitas ao cemitério, os enterros com acompanhamento, assim como, romarias no cemitério. No contexto, foi também estabelecido um cordão sanitário em Guaraqueçaba, para evitar que os moradores tivessem contato com os habitantes de Paranaguá. Diversas pessoas contraíram a influenza e muitas delas não resistiram. Tempos tristes e que em muitos aspectos se assemelha ao  momento em que vivemos. Tempo de pandemia, que exige de nós todo o cuidado, o isolamento,  repensar as nossas atitudes e pensar no próximo. Toda vida é importante e exige nosso respeito, o passado é um livro que pode nos ensinar e mostrar que a ignorância é um caminho sem volta na luta contra um mal invisível aos nossos olhos. 

Priscila Onório Figueira

Historiadora/ Membro da Diretoria IHGP biênio 2019-2020

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