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Jogo Político

Publicado

em

Alexandre Camargo de Sant’Ana

Getúlio Vargas acabara de perder a presidência e um jornal paranaense – “Diário do Paraná” de 31 de outubro de 1945 – comemorava o fim “do arbítrio e da cegueira de um governo” ditatorial e de seus “agentes de Estado”: “estamos todos no Paraná, respirando a plenos pulmões”. Provavelmente o Executivo estadual ficaria nas mãos do desembargador Clotário Portugal, que apesar de próximo ao destituído interventor Manoel Ribas, não trairia as expectativas do povo paranaense.

No dia 5 de novembro, em apoio a Manoel Ribas, o prefeito Paulo Cunha pediu “demissão”. Deste modo, o secretário do Interior, Justiça e Instrução Pública solicitou ao juiz de Direito da comarca uma lista tríplice com nomes para assumirem a prefeitura de Paranaguá naquele momento de transição. Antônio Artigas, Raul de Azevedo Macedo e Vicente Nascimento Junior foram os indicados. Teve cargo para todos: Nascimento Junior ganhou a prefeitura, Antônio Artigas (substituindo Raul de Azevedo Macedo) virou Superintendente do Porto e Macedo foi nomeado engenheiro Diretor do Departamento das Edificações do Estado.

Aparentemente como recado a quem pensasse em questionar a nova ordem, chegaram a Paranaguá quatro navios de guerra com marinheiros. Eles visitaram Curitiba viajando em trem especial e desfilaram pela capital. Mesmo assim o novo governo enfrentou resistências e em janeiro de 1946, comentando sobre diversos movimentos grevistas que buscavam defender os “benefícios que o governo ditatorial prestou” aos trabalhadores, o “Diário do Paraná” colocou a culpa da carestia na herança maldita de Vargas e Manoel Ribas. Para indignação do mesmo jornal, Paulo da Cunha Franco, desta vez por indicação do diretório do PSD, reassumiu a prefeitura de Paranaguá em fevereiro daquele ano. Com um tom ameaçador, o jornal acusou o prefeito de não aceitar críticas e prometeu fiscalizar sua gestão. 

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