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Queremismo

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Segundo “O Dia” de 26 de abril de 1942, aparentemente pouco importava à população se o prefeito Paulo Cunha não havia sido eleito e sim escolhido pelo interventor enviado por Vargas. As ausências de eleição e Democracia parecem ter ficado pequenas perto das benesses trazidas pelo novo regime e Cunha completava quatro anos de gestão com “inúmeros […] benefícios prestados à cidade”. Começou cobrando a dívida ativa e colocando em dia os cofres públicos. Deste modo, acumulou recursos e aplicou em melhorias: abertura de novas ruas, conservação das estradas, reforma do parque infantil, criação do zoológico e iluminação da Praça João Gualberto, além da instalação de um vestiário para os esportistas. 

O mesmo jornal, três meses depois, informou que a Rua Pecêgo Junior, “uma das artérias centrais da cidade” (chamava-se assim da Fonte Velha até a atual Avenida José Lobo, mas uma parte virou Faria Sobrinho), seria calçada. O jornal também comentou sobre o zoológico da Praça João Gualberto, “muito bem cuidado” e com “uma quantidade de pássaros e outros bichos”, sendo por isso um dos lugares mais visitados de Paranaguá. Todavia faltava identificação e o prefeito Paulo Cunha poderia mandar colocar etiquetas com informações sobre os animais, deixando assim o zoológico muito mais interessante.

Vale lembrar que durante a ditadura varguista não havia espaço para críticas ao governo e elogiar era praticamente uma obrigação da mídia. Mas a Segunda Guerra alterava a história mundial, inclusive a do Brasil. O maior dilema de Vargas foi enviar soldados para lutar contra Hitler e Mussolini na Europa enquanto era um ditador em seu país. O Estado Novo enfraqueceu e apesar do “Queremismo” das classes populares e dos trabalhadores (que lutavam por seus direitos sociais), Getúlio foi derrubado pelos militares em 1945.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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