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Militarismo na Praça

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Principal logradouro, bem em frente à belíssima Escola Normal e possuindo o moderno prédio dos Correios, clube, zoológico e um parque infantil, a Praça João Gualberto continuou recebendo investimentos. Em setembro de 1941, durante a Semana da Pátria, Paulo da Cunha informou que providenciaria um novo sistema de iluminação, permitindo assim o uso do logradouro à noite. Seria mais uma obra aumentando “o acervo de benefícios prestados […] pelo jovem” prefeito.

Em 16 de dezembro, houve a comemoração do Dia do Reservista. As atividades iniciariam cedo: disputas esportivas na João Gualberto e distribuição de “vários prêmios que [estavam] expostos na vitrina da Casa Alberto Veiga”. Entre os brindes, havia a taça “Almirante Protógenes”, doação do Capitão dos Portos, Jaime Guilherme Dutra da Fonseca. Oito horas, ocorreria “a Partida dos disputantes do Circuito da Cidade de Paranaguá” e o vencedor receberia uma taça oferecida pela Prefeitura Municipal. Em seguida, aconteceria um torneio relâmpago de Basquetebol e o prêmio era a taça doada pela Capitania dos Portos. Nove e meia, seria o jogo de Voleibol feminino e cada uma das vencedoras ganharia uma medalha de prata. As atividades cívicas ocorreriam no período vespertino, iniciando 14 horas com a concentração dos reservistas – usando uma braçadeira “com as cores nacionais” – na Praça João Gualberto. Eles fariam a “Renovação do juramento do reservista” e ouviriam o discurso do senhor Bento de Oliveira Rocha sobre Olavo Bilac e sua campanha em prol do serviço militar. Em seguida, desfilariam até a Capitania dos Portos para revalidar suas carteirinhas. 

Em plena ditadura Vargas, com o Paraná comandado pelo interventor Manoel Ribas e Paranaguá governada por um prefeito nomeado (e não eleito!), o militarismo e a submissão ao líder continuavam condicionando a população. 

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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