Aécio Neves depois de réu por corrupção e obstrução de justiça no STF, tornou-se alvo de novas suspeitas ao longo desta semana. Empresários afirmaram que pagaram propinas ao senador, um ex-ministro da Justiça disse que o tucano tentou interferir em investigações da Polícia Federal. Além de réu no STF, Aécio é alvo de mais oito investigações no Supremo.
Em depoimento à PF, o empresário Joesley Batista (JBS), afirmou ter repassado R$ 110 milhões a Aécio durante a campanha de 2014, quando disputou a presidência e recebeu 51 milhões de votos no segundo turno, mas perdeu para Dilma (PT). Segundo Joesley, em troca do dinheiro, Aécio daria apoio aos negócios do grupo J&F, caso fosse eleito. O empresário disse que R$ 64 milhões ficaram com o PSDB, R$ 15 milhões com o Solidariedade e R$ 11 milhões para políticos que apoiaram o então candidato a presidente, e entregou à PF recibos e notas fiscais que comprovariam os repasses.
Transformado em réu pela primeira vez sob acusação de corrupção e obstrução de Justiça, Aécio é alvo de outros oito inquéritos no STF. Além da investigação que motivou denúncia pelo recebimento de R$ 2 milhões de Joesley, a delação da JBS também originou um segundo inquérito contra o senador. Há ainda mais cinco investigações contra ele abertas a partir da delação da Odebrecht, e outros dois inquéritos que tiveram origem na delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT).
O STF aceitou a denúncia apresentada pela PGR contra Aécio, sob acusação crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça. Com a decisão, o tucano se tornou réu pela primeira vez. O senador diz que já esperava pelo resultado. Aécio se torna réu três anos e meio depois de receber mais de 51 milhões de votos na eleição para presidente da República. A denúncia contra Aécio teve como base a delação da J&F, na qual foi flagrado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista. Nas gravações, Aécio afirma que o dinheiro seria usado para pagar despesas com advogados.
O senador será investigado pelos dois crimes e julgado pelo Supremo. Só depois disso ele poderá ser considerado culpado ou inocente. Também se tornaram réus a irmã do senador, Andrea Neves, e outros dois acusados: o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, e Mendherson de Souza Lima, na época assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
E assim o Brasil assiste aquele que um dia representou a esperança dos brasileiros de se verem livres do desastroso governo petista, se transformar em decepção para uns, frustração para outros e em mais um réu da lava jato para todos. Que nada pare a lava jato, e que se investigue a todos, independentemente da bandeira partidária. Que o País continue a ser passado a limpo, e que Deus abençoe o futuro da nossa nação.
Paulinho Oliveira é cientista político, administrador de empresas, bacharelando em Direito, empresário, secretário municipal de Saúde e Prevenção da Prefeitura de Paranaguá e presidente estadual da juventude do PODEMOS no Paraná.