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Editorial

O desdém à prevenção ocasionou a crise da pandemia no Paraná

É hora de exercitar a humanidade, o respeito ao próximo e prezar pela vida acima de tudo. É necessário fazer uma autocrítica de todos nós como sociedade

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O desdém à prevenção ocasionou a crise da pandemia no Paraná

Mais do que trágica, a situação da pandemia no Paraná é algo passível de indignação. Desde março de 2020, a Folha do Litoral News se esforça diariamente para alertar sobre os perigos da Covid-19 à população, algo que atravessou todo o ano de 2020, nos picos de contaminação, durante a eleição e com a chegada do fim de ano. Insistentes, mesmo diante de críticas injustas, porém existentes em um contexto democrático, prosseguimos alertando os cidadãos de que o desdém ao uso de máscara, as aglomerações e a falta de higienização por parte das pessoas gerariam uma crise pandêmica e um flerte com o colapso na saúde. Esta, agora, infelizmente, é uma realidade.

Na sexta-feira, 26, o governador Ratinho Júnior divulgou decreto que será válido para todo o Paraná e paralisará todas as atividades não-essenciais, bem como instituiu novo toque de recolher das 20h às 5h. Isso ocorre com uma justificativa sanitária, afinal 94% dos leitos de UTI do Estado estão ocupados. Apesar de todo o esforço do Poder Público na ampliação de leitos, decretos restritivos e constantes campanhas de conscientização, os casos e mortes seguiram de forma crescente, principalmente agora em fevereiro, o que possui relação direta com as aglomerações do Carnaval e temporada de verão.

O desdém à prevenção é visível. Vá para a rua e perceba quantas pessoas não usam máscara ou utilizam o equipamento de proteção de forma errada. Abra a janela da sua casa durante o horário do toque de recolher e perceba festas clandestinas residenciais, pessoas passeando de carro, bebendo com som alto e dando risada, mesmo com a tristeza da morte pairando no ar. Confira praias lotadas, barcos e jet-skis com indivíduos se aglomerando em diversos pontos da baía de Paranaguá e outros pontos da região. 

Teremos oito dias a partir do sábado, 27, com paralisação de atividades não-essenciais, toque de recolher, aulas em ensino remoto na rede estadual, entre outras medidas, com objetivo de controlar o que no momento está descontrolado: o vírus. É hora de exercitar a humanidade, o respeito ao próximo e prezar pela vida acima de tudo. É necessário fazer uma autocrítica de todos nós como sociedade. Estamos desrespeitando os decretos, desdenhando das vidas perdidas e prejudicando a retomada econômica cada vez que desrespeitamos as medidas preventivas. Enquanto a vacina não chega, o que nos resta é isso. 

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