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Cultura

Club Litterario de Paranaguá celebra o nascimento da poetisa Júlia da Costa com programação especial

As comemorações seguem até o dia 12 de julho

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Foto: Arquivo

O Club Litterario de Paranaguá divulgou uma programação especial para comemorar o nascimento da poetisa Júlia da Costa (1844–1911) como preparativo para 2024, quando serão celebrados os 180 anos do nascimento. A atividade também está dentro da programação dos 150 anos de fundação do Club Litterario de Paranaguá, da gestão do presidente Carlos Alberto de Almeida, na qual foi planejada em conjunto com a diretoria, no sentido de resgatar as raízes culturais do clube.

No dia 17 de junho, o escritor Alexandre Camargo de Sant’Ana lançou em Paranaguá, na sede urbana do Club Litterario de Paranaguá, o livro Júlia da Costa Soluços da Minh’Alma. O livro retrata a história da escritora e apresenta cartas de Júlia da Costa e suas poesias. Sant’Ana já fez diversas pesquisas sobre Paranaguá, mas este é seu primeiro livro. “Para escrever foram cerca de 15 dias, mas contando a pesquisa foram quatro meses. Foram muitos jornais, aproximadamente 205 citações, além de 44 cartas dela, entre outros dados de pesquisa”, comentou o autor.

O lançamento do livro de autoria de Alexandre Sant’Ana deu início às comemorações que seguirão até 12 de julho.

A próxima atividade está programada para o dia 1.º de julho, onde o Club Litterario estará acompanhando o artista Leló Castilho, que vai doar a escultura do busto de Júlia da Costa para o Museu Histórico de São Francisco do Sul.

De acordo com a diretoria do clube, serão colocados banners comemorativos na sacada principal da Sede Urbana. Às sextas-feiras, terá a participação de uma atriz interpretando Julia nas janelas da sede urbana, com fundo musical de piano.

No dia 11 de julho, às 19h30, haverá um debate sobre Júlia da Costa, com entrada franca. O debate será com os pesquisadores Hamilton Junior e Alexandre Sant’Ana coordenando os trabalhos.

“Ainda haverá a inauguração de placa comemorativa com frase da poetisa, pois Júlia faz parte da história do Litterario”, disse a diretoria do clube.

Quem foi Júlia da Costa?

Foto: Divulgação / Internet

Júlia Maria da Costa nasceu em Paranaguá no ano de 1844 e faleceu em 1911, em São Francisco do Sul, onde viveu grande parte de sua vida. Foi a primeira mulher paranaense a publicar um livro, chamado “Flores Dispersas”, de 1867. Casou-se, por ordem do pai, com o comendador Costa Pereira, chefe do Partido Conservador. Ao longo dos anos, se mostrou uma mulher à frente de seu tempo, com opiniões fortes e ações de vanguarda. Além das poesias, gênero que ficou mais famosa, escreveu crônicas – folhetins – que podem ser entendidas como crônicas sociais, que falam sobre a moda, eventos e outras informações do cotidiano.

Antes de se casar, namorou o poeta Benjamin Carvoliva, cinco anos mais novo. Após o casamento, continuou o romance, mas em segredo, trocando cartas constantemente. A escritora planejava fugir com Carvoliva, mas ele se negou. Essa relação mal correspondida fez aflorar o lado melancólico de Júlia da Costa, que começou a escrever poemas desesperançados, com grande frequência.

Após a morte do marido, buscou o isolamento. Nos últimos anos de vida, tentou escrever um romance, mas o período de oito anos enclausurada em seu casarão a deixou enlouquecida. A artista faleceu em 12 de julho de 1911, em São Francisco do Sul.

Os restos mortais de Júlia da Costa foram trazidos para Paranaguá em 1924. Ficaram até 2009 na Praça Fernando Amaro, quando foram transferidos para o Instituto Histórico e Geográfico.

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