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Coronavírus

“Passaporte de vacinas é medida fundamental de saúde pública”, afirma Fiocruz

Apesar da melhora no cenário pandêmico, fundação pede cuidados

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Foto: Darren McGee- Office of Governor Andrew M. Cuomo - Fotos Públicas

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgou a nova edição do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, onde a entidade científica classificou que a exigência do passaporte vacinal como “medida fundamental de saúde pública”, ressaltando a importância da imunização para a melhora nos índices epidemiológicos da pandemia no Brasil. Além disso, a Fiocruz ressaltou que é necessário a continuidade das medidas preventivas ao Coronavírus, visto o aumento do fluxo de pessoas com festas de fim de ano e férias escolares, bem como com a nova variante Ômicron, classificada como de preocupação. 

Para a Fiocruz, é importante a continuidade do  “monitoramento da intensidade com que as pessoas retornam a circular pelas ruas, diante da proximidade das festas de fim de ano e das férias escolares”, complementa. “Apesar da melhora dos indicadores epidemiológicos da Covid-19 no país, o Boletim ressalta que merecem atenção fatores como o aumento do fluxo de pessoas – inclusive com a entrada de muitas no país – e a dispersão mundial da Ômicron, nova variante de preocupação. Alerta ainda que, embora o avanço da cobertura vacinal no país esteja trazendo benefícios inegáveis para a mitigação da pandemia, esta estratégia não pode ser tratada como a única medida necessária para interromper a transmissão do vírus entre a população”, informa a assessoria.

Segundo os pesquisadores da Fiocruz, o passaporte de vacinas é uma medida fundamental, destacando que “as mudanças no cenário epidemiológico – no Brasil e no mundo – com relação à transmissibilidade e à disseminação das novas variantes, e as notas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam recomendações que visam estabelecer uma nova política de fronteiras e de restrições, alinhadas às medidas de outros países, que indicam uma convergência no sentido de que os certificados de vacinação contra a Covid-19 sejam requeridos para ingresso em seus territórios”, acrescentam.

“Mantemos a defesa incondicional do passaporte vacinal, inclusive pela liberdade de todos aqueles que têm enfrentado a Covid-19 com a responsabilidade que ela exige, para que possam voltar às suas atividades laborais e de lazer com segurança. Endossamos a importância de se exigir o passaporte vacinal de todos aqueles que ingressarem no país, como forma de mitigar a circulação do vírus e variantes. Grande parte dos países põem restrições para evitar o alastramento da Covid-19 nos seus territórios. O Brasil não pode caminhar na contramão, sob o risco de se tornar o destino de pessoas não vacinadas, que oferecem mais riscos para a difusão da doença”, destaca o boletim da Fiocruz. 

Ainda de acordo com os pesquisadores da Fiocruz, a qualidade e ausência de dados com relação à pandemia geram incerteza no quadro epidemiológico no Brasil. “Há problemas nos dados disponibilizados sobre a Covid-19, incorrendo em significativa subnotificação”, explicam.

Circulação de pessoas nas ruas aumentou

De acordo com o boletim da Fiocruz, desde setembro deste ano, houve aumento de pessoas circulando nas ruas do que no período anterior à pandemia, algo comprovado pelo aquecimento do turismo no Brasil. “Os dados apontam que, desde o final de novembro, a permanência domiciliar alcançou os níveis mais baixos dos últimos 20 meses, mostrando-se cerca de 10% maior que no período do primeiro trimestre de 2020”, esclarece a Fiocruz.

“Este período de referência, vale destacar, foi um período que corresponde ao de férias, que é, via de regra, o de circulação mais intensa do ano. É o padrão do Brasil como um todo, havendo diferenças entre estados ou municípios. Ainda assim, os dados permitem dizer que há circulação de grande intensidade e este padrão é especialmente preocupante em um cenário no qual os índices de transmissão estão estáveis e ainda altos no país. Este comportamento é, em parte, resultado do desincentivo das esferas de gestão à adesão ao distanciamento, e esta medida coloca em risco as conquistas que tivemos nos últimos meses com relação à redução de casos e óbitos”, afirmam os pesquisadores no boletim. 

Redução de leitos Covid-19 e redução de casos de SRAG no Paraná 

Sobre as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), a Fiocruz esclarece que elas “se mantêm predominantemente baixas “Em função desse quadro, verifica-se também uma paulatina redução de leitos de UTI Covid-19 em vários estados”, informa. O Paraná, por exemplo, na última semana teve uma retirada de leitos Covid-19 de 1.141 para 762, segundo a Fiocruz. “Nas semanas epidemiológicas 47 e 48 (21 de novembro a 4 de dezembro) a estimativa de incidência no país de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) mostrou manutenção da tendência de ligeiro aumento no país, com registro de casos graves que podem levar a hospitalizações e óbitos”, informa, salientando que ainda há predominância da Covid-19, mas também estão sendo registrados muitos casos de Influenza A.

“Segue importante o avanço da vacinação contra Covid-19, aliado a várias recomendações que suprimem ou mitigam a transmissão. Será importante manter os esforços focados em todas estas frentes para possibilitar uma redução sustentada das incidências de SRAG nas próximas semanas”, defende a Fiocruz. O Paraná, junto com os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Piauí e Ceará apresentaram “tendência de redução de número de casos de SRAG”.

“Os dados registrados nas duas últimas semanas epidemiológicas (SE 47 e 48, de 21 de novembro a 4 de dezembro) mostram a estabilidade de indicadores da transmissão da Covid-19, porém com fortes variações dos registros entre os estados. Foram notificados, ao longo das SE 47 e 48, uma média diária de 9 mil casos confirmados e 210 óbitos por Covid-19. Esses valores representam um pequeno aumento de casos registrados (0,4% ao dia) e do número de óbitos (0,3% ao dia) em relação às semanas anteriores”, explica a Fiocruz.

Segundo o boletim, houve uma redução pequena na taxa de letalidade da doença, “que vinha se mantendo em patamares em torno de 3%, para um valor mais próximo aos padrões internacionais, de 2,3%”. “Considerando a série histórica recente, esses valores mostram a manutenção da tendência de redução dos impactos da Covid-19 no país, que vem se mantendo com uma taxa de decréscimo de entre 1 e 2 % ao dia”, finaliza a Fiocruz.

Com informações da Fiocruz

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