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Coronavírus

Cuidados preventivos devem prosseguir mesmo após a vacinação

Infectologista explica que imunidade ao Coronavírus toma força após duas semanas da aplicação da segunda dose da vacina (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

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Cuidados preventivos devem prosseguir mesmo após a vacinação

Uso de máscara, higiene e distanciamento devem continuar

A vacina contra a Covid-19, que já está sendo aplicada em todo o litoral do Paraná, é uma demonstração da importância da ciência e da ação rápida de cientistas para garantir a superação de uma pandemia, algo que foi desenvolvido em cerca de um ano. Apesar de toda a esperança que ela traz, após ser aplicada em suas duas doses, o imunizado terá que prosseguir com as medidas preventivas contra a doença, entre elas o uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos, visto que os imunizantes que estão sendo utilizados reduzem consideravelmente as chances de internação e de morte, porém não impedem totalmente que a pessoa se contamine com a Covid-19 e possa passar para outros a enfermidade. 

Keny Colares, infectologista da Escola de Saúde Pública Paulo Marcelo Martins Rodrigues, explica que as vacinas vêm se mostrando efetivas e seguras em todo o Brasil. “Qualquer vacina disponível para a população passa por vários testes e fases. As vacinas contra Covid-19 que estão sendo utilizadas já foram testadas em milhares de pessoas e, algumas delas, em dezenas de milhares de pessoas”, explica.

Segundo o infectologista, as vacinas contra o Coronavírus trazem benefícios individuais e coletivos, visto que em países que introduziram a imunização de forma mais ampla, já houve queda progressiva da Covid-19 entre pessoas que receberam pelo menos uma das duas doses, bem como com relação a até mesmo pacientes que não foram imunizados. “A redução de casos em idosos – que estão sendo vacinados primeiro – é comprovada e baseada em evidências individuais, com estudos de pacientes e também por análises do número total relacionado à pandemia no local”, completa.

De acordo com ele, a Secretaria de Saúde do Ceará, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), fez estudo que demonstrou que a taxa de internação em pessoas a partir de 70 anos que foram vacinadas é 46% menor que a de não vacinados. 

Manutenção dos cuidados 

Um ponto essencial citado pelo profissional da Saúde é que a vacinação, em algumas pessoas, causa uma sensação de segurança que não deve estar alinhada à falta de cuidados preventivos com o Coronavírus. “Tomar a vacina e descuidar não é o adequado. A recomendação é manter os cuidados. Vacinação é um processo de proteção coletiva, e a gente só vai estar seguro com um maior número de pessoas vacinadas. Estima-se que, se a vacina não for aplicada em pelo menos 70% da população, não tem ninguém protegido”, afirma. 

Segundo o médico, a chamada “fase de boa proteção” ocorre após duas semanas da aplicação da dose, mas isso não garante total segurança. “É variável entre as pessoas e nem uma das vacinas se propõe a proteger 100%, tem aí uma porcentagem que varia de 70 a 95% de proteção. As pessoas podem ter infecção assintomática ou com sintomas leves, mas o mais importante é que ainda podem transmitir o vírus”, explica Keny Colares.

 Imunizado terá que prosseguir com as medidas preventivas contra a doença, entre elas o uso de máscara (Foto: Arquivo)
 Imunizado terá que prosseguir com as medidas preventivas contra a doença, entre elas o uso de máscara (Foto: Arquivo)

O infectologista ressalta que há pessoas que fazem continuamente exames de sorologia em laboratórios para confirmar ou não o quadro de Covid-19, mas que tal medida pode não indicar necessariamente quem está protegido ou não, visto que não há um teste padronizado.“Algumas pessoas têm feito exames de sorologia em laboratórios, mas eles não foram feitos indicados para isso, para atestar proteção, e sim para diagnosticar se a pessoa tem ou não a doença. Então, por enquanto, a pessoa tem que se vacinar e continuar a se proteger e aguardar as orientações das autoridades de saúde”, finaliza Colares.

Circulação do vírus e proteção coletiva

O médico David Urbaez, diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia do Distrito Federal (DF), ressalta que o Brasil conta com um Sistema Único de Saúde (SUS), algo que gera uma expectativa para uma imunização cada vez mais rápida, que pode atingir até 2 milhões de pessoas. Entretanto, segundo ele, há uma necessidade contínua de campanhas de mobilização social que combatam as “fake news” em torno das vacinas, visto que há campanhas antivacinação negacionistas nas redes sociais. 

Segundo  Urbaez, só haverá uma proteção coletiva contra a Covid-19 quando cerca de 160 milhões de brasileiros forem vacinados, entre 70 e 80% da população.”A vacina não tem, ainda, evidências que evite a transmissão dos vírus. Ou seja, a pessoa vacinada, mesmo com as duas doses, poderá se infectar com o coronavírus. E o que essa vacina evita? O mais importante dentro da Covid-19, é que você desenvolva sintomas graves e tenha que ser internado, porque você pode evoluir para um caso grave e daí para óbito”, esclarece.

O médico reforça que as medidas preventivas contra a Covid-19 devem prosseguir mesmo após a pessoa ter sido vacinada com as duas doses. “Não muda absolutamente nada. Nós, mesmo que vacinados, temos que fazer uso da máscara o tempo inteiro, temos que manter o distanciamento de 2 metros em todos os lugares e temos que deixar para trás qualquer tipo de aglomeração. E temos que fazer higiene de mãos e de superfícies de forma frequente”, finaliza Urbaez.

Com informações da Secretaria de Estado de Saúde do Ceará e Agência Brasil

Leia também: Pessoas acima dos 70 anos são vacinadas contra a Covid-19 em Paranaguá

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