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Voz do Rocio

PRIVILÉGIO PARNANGUARA

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Dia desses eu estava conversando com alguém, que havia me perguntado sobre como me sinto trabalhando em Paranaguá, já há mais de dois anos. Para lhe responder, eu recorri aos sentimentos que fui construindo aqui nesse pequeno período em que fui me adaptando à cidade. Acredito que olhando “de fora”, como alguém que chega de outra região, é possível perceber a cidade de uma maneira diferente daqueles que moram aqui há mais tempo.

Primeiro, o FATOR HISTÓRICO. Paranaguá é uma cidade que ostenta o privilégio de ser a “cidade mãe do Paraná”, a mais velha, o berço de onde saíram a demais e que guarda os primórdios desse Estado promissor. Ter esse título de “cidade mãe” deve encher os parnanguaras de alegria e entusiasmo por saberem que todos os dias têm a oportunidade de percorrer as ruas do Centro Histórico, visualizando detalhes do traçado ou das belas construções que remontam há quase 400 anos. Ter um acervo a céu aberto não é pra qualquer cidade, mas somente para aquelas que conseguiram sobreviver ao tempo.

O segundo aspecto que percebo importante é o FATOR RELIGIOSO. O Paraná é o único Estado do Brasil que tem uma padroeira oficialmente reconhecida pelo Vaticano e pelo Governo Paranaense. Desde 1977 temos essa honraria que não se vê em nenhuma outra unidade da Federação. E onde fica a morada dessa Santa padroeira dos paranaenses? Em Paranaguá. Esse fator mostra a importância desse lugar. Desde 1648, quando a pequenina imagem de Nossa Senhora foi encontrada na Baía de Paranaguá, por um pescador, tudo mudou. O encontro da imagem foi um sinal divino, de que esse solo é abençoado por Deus, o Pai que tem um olhar especial para esse lugar.

Hoje estamos aqui, cuidando da cidade mãe e do santuário. Somos moradores nativos ou “adotados”, como eu. Mas hoje somos a “família parnaguara”, com a sua diversidade e beleza, formada a partir da contribuição de diversas culturas e regiões do Brasil e do mundo. Ao mesmo tempo que a cidade mantém as características de suas raízes e tradições, deixa-se colorir com as outras culturas que com o passar dos tempos foi se instalando por aqui.

Acredito que tudo isso deve fazer de nós um povo consciente de que construiu e continua a construir uma cidade privilegiada. Uma cidade abençoada. Isso eleva a nossa estima, mas também deve elevar em cada um de nós o senso de pertença e responsabilidade. Ou seja, cada um é responsável por cuidar desse patrimônio histórico, religioso, cultural e social. Se herdamos tanta riqueza para cuidar, devemos fazer isso com zelo, dedicação e carinho. Muitas gerações virão depois de nós. O que deixaremos como herança?

Como reitor do Santuário Estadual do Paraná, aqui no Bairro do Rocio, sinto que o zelo por esse lugar sagrado jamais deve ser diminuído. Se aqui aconteceu há quase 400 anos um sinal divino – a aparição de Nossa Senhora do Rocio – significa que nada e ninguém pode descaracterizar aquilo que nasceu da vontade de Deus. Parabéns Paranaguá! Além de ser a “cidade mãe do Paraná” ainda pode ostentar, orgulhosamente, o título de “capital da fé” dos paranaenses. Tomemos consciência disso. Deus abençoe a todos.

Pe. Dirson Gonçalves, CSsR

Reitor do Santuário

[email protected]

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