“A Paraná Plantations geriu seu negócio fundiário a partir do trabalho coordenado de duas subsidiárias: a Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP) e a Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná. Esta última, adquirida de cafeicultores de Cambará, em 1928. Nesse ano foi assinado um contrato com a empresa londrina MacDonald Gibbs & Co. Ltd. para construção da estrada de ferro a partir de Cambará. Não era novidade a participação de britânicos na construção e na operação de ferrovias no Brasil. Eles despontavam como os principais protagonistas desde os primeiros capítulos da história da estrada de ferro no país.
A via férrea era indispensável em uma região desprovida de acessos, onde os caminhos não passavam de pequenas aberturas na mata. Era o único meio de se levar mercadorias aos lugares em desbravamento e possibilitar o escoamento da produção local, principalmente de cereais, café e madeira de lei.
O processo de desbravamento da região é similar ao de outros que seriam abertos em seguida, possibilitando compreender as dificuldades enfrentadas pelos pioneiros.
Em agosto de 1929, uma expedição enviada pela CTNP, chefiada pelo contador paulista George Craig Smith, parte de Jatahy, atual Jacarezinho, cruza o rio Tibagi e, depois de uma jornada em lombo de burros, chega ao lugar atualmente conhecido como Marco Zero de Londrina. Dali iniciaram a caminhada até o local denominado “Três Bocas”, atual Londrina.
Pouco tempo depois, estavam projetadas as 86 quadras ao redor de uma igreja com uma área retangular relativamente pequena. O nome da cidade de Londrina, foi uma homenagem prestada a Londres – “pequena Londres”, por João Sampaio, primeiro presidente da CTNP.
A partir de Londrina, começaria efetivamente a colonização. De início a CTNP concederia títulos de posse de propriedade da terra, após um período de quatro anos da data da comercialização, medida inusitada para as condições da região e mesmo do Brasil”.
Hoje Maringá e Londrina formam uma potência com quase 2 milhões de habitantes nas regiões metropolitanas, com qualidade de vida e alto nível de desenvolvimento humano, uma forte geração de riqueza e desenvolvimento, com quase R$40 bilhões em PIB, puxado pelo agronegócio mas com forte setor de serviços.