“Missão Montagu – Há informações controversas entre historiadores quanto ao verdadeiro escopo da Missão Montagu, ou Missão Inglesa. A mais conhecida dá conta de que, em razão da enorme dívida brasileira com a Inglaterra, o então presidente da República, Artur Bernardes, teria convidado especialistas da Inglaterra para estudar a debilitada economia brasileira, sempre dependente de empréstimos. Alguns sustentam que, pressionado, Bernardes contava com a ajuda do grupo para alinhavar caminhos que levassem a uma perspectiva de pagamento dos débitos e, de quebra, reformular o arcaico sistema tributário nacional, viabilizar um aporte de mais 25 milhões de libras esterlinas e, quem sabe, animar os britânicos a fazer novos investimentos no Brasil, uma terra de oportunidade.
Não falta quem defenda: a missão foi movida não por vontade do governo brasileiro, mas para atender aos interesses de banqueiros preocupados com a inadimplência do país, a má administração das finanças públicas e o fato de o Brasil estar a pleitear mais recursos. Entre os credores, o grupo N. M. Rothschild & Sons teria sugerido, ou arquitetado, a missão, em 1919, com objetivo de prospectar riquezas em território brasileiro.
Montagu havia sido secretário de estado para as Índias e secretário financeiro do tesouro da Grã-Bretanha. Estava acompanhado, entre outros, do Lord Lovat, diretor da Sudan Plantations Syndicate, e um mentor do Paraná britânico.
No dia 15 de janeiro de 1924, Lovat se desloca para São Paulo em um trem especial, onde é recepcionado na Estação da Luz por dirigentes paulistas da Associação Comercial, Bolsa de Mercadorias, Liga Agrícola e outros. Percorreria fazendas no interior do estado, para prospectar áreas para a cotonicultura — aparentemente, seu principal objetivo.
Outra versão para o deslocamento de Lovat ao norte paranaense levanta a hipótese de que a viagem fora premeditada, já que ele conhecia o livro “Novo Caminho no Brasil Meridional: a província do Paraná”.
Os 40 dias de permanência de Lovat entre o norte do Paraná e o oeste de São Paulo foram suficientes para que o ilustre enviado de Rothschild fizesse uma estimativa aproximada da imensa riqueza a explorar, constituída de solo de maravilhosa fertilidade, confirmada pela exuberância da vegetação natural. De fato, a terra roxa da região […] parece um divino privilégio do Brasil.”