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Ser, Ter, Parecer e Aparecer: o que virá no pós pandemia?

Assisti a uma palestra on-line do professor Dado Schneider em que ele analisa por meio de filmes as sucessivas crises das últimas décadas e os comportamentos de Ser, Ter, Parecer e Aparecer.

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Ser, Ter, Parecer e Aparecer: o que virá no pós pandemia?

Assisti a uma palestra on-line do professor Dado Schneider em que ele analisa por meio de filmes as sucessivas crises das últimas décadas e os comportamentos de Ser, Ter, Parecer e Aparecer.

Nos anos 70 era importante Ser. Havia influência do movimento hippie e da guerra do Vietnã (1955 – 1975). As pessoas buscavam adquirir conteúdo para pensar e se expressar. O musical norte-americano Hair (1979) ilustra essa época de transformação cultural. No Brasil, os anos 60-70 foram marcados por manifestações culturais, intensa contestação dos padrões sociais e das influências estrangeiras na cultura. Uma geração que buscava liberdade com ideais da contracultura.

Do Ser passamos ao Ter. Caiu o Muro de Berlim e a Cortina de Ferro nos anos 80. A geração Yuppie veio com interesses em carreira, consumo e estilo de vida que valoriza bens materiais, sucesso profissional e empresarial. Se expandem grandes marcas que alimentaram o consumismo e a ostentação — relógios, grifes de estilistas, automóveis. O filme Wall Street (1987) representa esse período.

O Ser e Ter cederam ao Parecer. Pós-modernidade, época que se caracteriza com ausência de valores e regras, individualismo, mistura do real e do imaginário, efemeridade e narcisismo. A pessoa poderia não Ser nem Ter, mas importava Parecer.

Com a internet vieram as redes sociais, no século XXI. Não se dá importância ao Ser, Ter ou Parecer. Importa Aparecer. Nas mídias sociais, corre o mundo uma foto à frente de uma marca de automóvel, ou de cenários de luxo irreais, trazendo satisfação efêmera.

O palestrante estabelece um paralelo entre a época do Plano Collor – tentativa de controlar a inflação, que congelou poupanças e contas bancárias em 1990 — e o momento atual, da pandemia. Quem tinha recursos que não foram confiscados, se apresentava soberbo, comprava o que e quanto queria. Mas a maioria teve o poder de compra em síncope e alguns perderam tudo.

Schneider teme que no pós-pandemia tenhamos situação similar. Empresários, empreendedores e aqueles que saírem fortalecidos, podem engrossar a geração “Neo-yuppie” ou “hipster”.

Há como nos prepararmos? Será possível evitar o confronto dos que passarem por essa crise sem perder de vista valores e sonhos com aqueles que continuarão flutuando entre SER, TER, PARECER e APARECER?

P.S: Deixo aqui minha homenagem a Euclides Scalco. Grande brasileiro, gaúcho de nascença e paranaense por escolha, que partiu desta dimensão deixando um grande legado familiar e de homem público ao Paraná e ao Brasil. Foram 70 anos dedicados à construção de uma sociedade solidária e justa. Foi meu amigo e mestre.

Gratidão Scalco!!!

Por Juraci Barbosa Sobrinho

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