Quem diria, ambos têm alma paranaense. Segundo maior produtor de mandioca no país, o Paraná é responsável por 70% da produção de fécula de mandioca, insumo do polvilho para pão de queijo, e por 50% da tapioca consumida no país.
Há não mais que duas décadas, a mandioca era considerada a “prima pobre” da agricultura nacional. Hoje, esse produto genuinamente brasileiro vem ganhando espaço e está cada vez mais presente na indústria, em alimentos (massas, farinhas), têxteis, fármacos, cosméticos, papel e celulose, em frigoríficos, cervejarias e até na perfuração de poços de petróleo.
Uma unidade exclusiva da Embrapa pesquisa e desenvolve variedades resistentes e com maior teor de amido, novas técnicas de plantio, manejo de pragas e doenças e outras tecnologias para essa cadeia produtiva.
O Paraná, o segundo maior produtor brasileiro da raiz, é grande fornecedor dessa que é a matéria-prima de duas das iguarias nacionais mais tradicionais: o pão de queijo mineiro e a tapioca nordestina.
Com média de 400 mil toneladas/ano, o estado detém 70% da produção nacional de fécula de mandioca. A região de Paranavaí, no noroeste, é responsável por 40% de toda a mandioca direcionada à indústria.
Em torno de 50% da tapioca consumida no país, principalmente no norte e nordeste, saem do campo e das indústrias paranaenses.
Tecnicamente, a tapioca é a fécula nativa umedecida. O Paraná vende a fécula pronta e empacotada ou para ser umedecida e só depois empacotada, no Nordeste.
Aliás, boa parte da farinha de mandioca consumida no norte e nordeste, onde é muito apreciada, também é produzida aqui. São 200 mil toneladas/ano, que abastecem todos os estados brasileiros.
Ivo Pierin Júnior, meu amigo agroindustrial e diretor da Podium Alimentos, atesta que o mercado de fécula fatura cerca de R$ 1 bilhão ao ano. O de farinha, pelo menos a metade disso. Se o Paraná produz 70% da fécula nacional e boa parte de toda a farinha consumida no país, é fácil perceber sua importância econômica para o Estado.
A Podium, localizada na divisa entre Paranavaí e Tamboara, detém 25% do mercado nacional de amido especial para pão de queijo. E meu amigo já foi chamado de “o pé vermelho rei do pão de queijo”.
A exportação nacional de fécula de mandioca ainda é muito incipiente, mas este mercado está crescendo. Se o Noroeste do Paraná continuar na vanguarda deste segmento, logo o estado será mundialmente conhecido como produtor de fécula de mandioca também.
Por Juraci Barbosa Sobrinho