O conceito de cidade criativa tem pouco mais de trinta anos. Os pesquisadores Charles Landry e Franco Bianchini apontam que a cultura, a criatividade e a inovação, são essenciais para enfrentar os desafios urbanos impactando sobremaneira na economia das cidades e na qualidade de vida dos cidadãos.
Atualmente 55% da população mundial vivem em ambiente urbano. A tendência é que até 2050 sejam mais de 70%.
Este crescimento resulta em processos de políticas públicas personalizadas, aumentando a responsabilidade dos governos. Neste sentido, todas as áreas do conhecimento humano precisam ser desenvolvidas, estimuladas e direcionadas para um desenvolvimento urbano e econômico sustentável, inclusivo e socialmente justo, englobando ao máximo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
A velocidade das mudanças é cada vez maior e a necessidade de informação precisa e confiável, com cruzamento de dados, se torna fundamental para gerar soluções criativas e inovadoras, melhorando tomadas de decisão empresariais e governamentais.
Diagnosticar, avaliar, medir e mapear características e tendências com tecnologias de informação e ferramentas específicas é cada vez mais necessário para direcionar esforços e investimentos, justificando financiamentos públicos.
Não há modelo ideal de cidade, mas três se destacam no contexto contemporâneo: as sustentáveis, as inteligentes e as criativas.
O tema tem sido objeto de diversos estudos acadêmicos. Destacamos o estudo pioneiro do americano Richard Florida, que publicou em 2002 sua teoria sobre os trabalhadores criativos e a defesa da criatividade como ferramenta principal para o desenvolvimento econômico urbano no Brasil. Em 2011 Ana Carla Fonseca mostrou que “inovações, cultura e as conexões entre público e privado, local e global formam o tripé de uma cidade na qual a criatividade é vista como fator diferencial”.
Em todo o mundo se considera a “economia criativa” como parte representativa, determinante e crescente da economia global. Governos e o setor privado dão cada vez mais importância ao papel dela como fonte de empregos, geração de novos negócios, riqueza e de compromisso cultural.
*Colaboração: Aulio Zambenedetti – Designer e Servidor Público
*Errata: No texto anterior, “…intangível (e não inatingível) para o público e consumidor”…