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Paraná Empreendedor

Canal do Varadouro

No tratado de Tordesilhas por bom tempo o Meridiano da Cananéia serviu de divisor entre os domínios espanhol e português

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Imposto municipal

Um século e meio para construir e consolidar um importante meio de comunicação, defesa e de escoamento da produção econômica, hoje um pouco esquecido, relegado às populações locais

Varadouro, istmo que era ponto de contato dos índios Tupis, com atividades econômicas características e que se adaptaram aos costumes dos primeiros “colonos”, e os beligerantes e ferozes índios Carijós.

No tratado de Tordesilhas por bom tempo o Meridiano da Cananéia serviu de divisor entre os domínios espanhol e português. A região do istmo Varadouro, ao sul, até Cananéia (SP), ao norte, assistiu aos embates entre castelhanos e portugueses. 

No século XVII, Varadouro era conhecido como “Estrada da Marinha”, usada pelos mensageiros para correspondências à região e até ao Rio da Prata. Roteiro oficial, o canal era de responsabilidade dos portos de Paranaguá e Cananéia. Por ali passou o Batalhão dos Franco-Atiradores, em 1894, em defesa da Pátria.

Dada a importância para a economia, comunicação e defesa, Varadouro era passagem obrigatória. Mas os bancos de areia exigiam uma dragagem do canal, para melhorar a navegabilidade e facilitar o transporte de cargas.

No início do século XIX, fortaleceram-se manifestações e a cobrança pela dragagem. O primeiro documento de que se tem em registro data de 9 de junho de 1804, da Câmara de Cananéia ao Governador Geral da Capitania de São Paulo, informando sobre o “caminho do Varadouro e passagem para a vila de Paranaguá”.

Em 1828, o Conselho do Governo solicitou às Câmaras de Paranaguá e Cananéia que organizassem um plano para a abertura do canal. Paranaguá respondeu em agosto do ano seguinte. Em 1844, uma lei autorizou a exploração do canal, ligando os rios Varadouro e Ararapira. Em 1854, já como primeiro Presidente da Província do Paraná, Zacarias de Góes e Vasconcelos cobrou o cumprimento da lei. Mas somente em 1869 Antônio Augusto da Fonseca, então presidente da Província, ordenou a elaboração de novo estudo para as obras de abertura do canal. O que se tem registro é que em 1870 os rios tiveram a sua comunicação, em virtude de um canal. Finalmente em 1956, por obra da Inspetoria Geral dos Portos e Canais, ocorreu a efetiva construção do canal — 150 anos para um olhar ao povo do Vale da Ribeira e Litoral.

*Fonte, Revista USP – Traço de União Sul Paulista com o Litoral Norte Paranaense – Rodrigues, Maria Regina Cunha.

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