Traz, em suas raízes, a herança nordestina. Nascida em Pernambuco, 31 anos, filha de Edilene e Josué, neta do Seu Damião e Dona Maria, foi criada na zona sul de São Paulo, visitou, se apaixonou e fez de Pontal do Sul a sua casa. Hoje, Renata Silva faz a diferença na Ilha do Mel. Sua atuação? Educação no campo!
Ainda criança, quando brincava de escolinha com os amigos e primos, Renata já era a professora. Sua paixão pela educação a levou à graduação de Pedagogia, na Universidade Estadual do Paraná, na qual formou-se em 2018. Ela escolheu ficar alguns anos a mais na universidade pois, além da formação acadêmica, teve a oportunidade de estar nos espaços de decisão institucional e estudantil. Durante 6 anos, ia e voltava todos os dias de Paranaguá empenhada nessa vivência.
Foi nas manifestações de 2013 que teve o seu senso ativista despertado, momento no qual começou a envolver-se em coletivos jovens, que conta terem sido muito importantes para a compreensão da sua negritude e, também, para entender como ela se coloca em diferentes espaços. Dessa inspiração saíram vários frutos: foi conselheira de campus da UNESPAR, participou da criação do Coletivo Feminista Claudia (2015) e, hoje, é Pedagoga do Colégio Felipe Valentim, na Praia de Encantadas, Ilha do Mel.
Antes disso, teve o seu primeiro trabalho como pedagoga na Ilha Rasa (Guaraqueçaba), durante o início da Pandemia do Covid-19. Renata comenta que a realidade da educação nas duas ilhas é bastante diferente, por conta do acesso à internet quase inexistente na primeira, mas que ambas sofrem de um sério problema: a evasão escolar. É pela mudança desse cenário que ela pretende direcionar a sua carreira.
“Um dos meus maiores propósitos, pessoais e profissionais, é devolver o que a universidade me ensinou. Trazer a minha bagagem, histórias, vivências e aprendizados para essa mesma cidade que faz parte da minha formação. E sempre entendendo, de fato, o meu papel como educadora e aprendiz.”. Como uma eterna aprendiz, a sua área de pesquisa, que está em desenvolvimento constante, é sobre a influência do movimento negro na educação.
O conselho que deixa parafraseia Paulo Freire: “Ser capaz de recomeçar sempre, de fazer, de reconstruir, de não se entregar, de recusar burocratizar-se mentalmente, de entender e de viver a vida como processo, como vir a ser…”, e ela completa dizendo que todos podemos fazer muito pela educação compreendendo o valor dela em nossas vidas.
Roberta Schneider
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