conecte-se conosco

Maçonaria

O segredo da Maçonaria (4)

Nas semanas anteriores teorizamos sobre a origem e a razão de a Maçonaria utilizar senhas para reconhecimento mútuo entre seus integrantes

Publicado

em

Nas semanas anteriores teorizamos sobre a origem e a razão de a Maçonaria utilizar senhas para reconhecimento mútuo entre seus integrantes, e que ao longo do tempo a desconfiança popular em relação a haver um “segredo” certamente foi amplificada pelo fato de os conhecimentos esotéricos da Ordem serem transmitidos, aos iniciados, através do simbolismo.

A Maçonaria, contudo, em nada inovou ao adotar símbolos em sua tradição, pois era prática comum desde a antiguidade para ensinamentos religiosos e filosóficos. Ao contrário das palavras (com suas definições limitadas em cada língua), o símbolo é essencialmente sintético e universal, abrindo possibilidades ilimitadas para as concepções semióticas da inteligência humana. “Por outro lado, os sinais de reconhecimento são praticamente de domínio público e constantemente divulgados desde 1724 (…) por toda espécie de publicações antimaçônicas.”

A respeito, já se escreveu que “a hostilidade declarada ao simbolismo e os séculos de perseguição e pretensas revelações dos segredos da Maçonaria provêm do modo de expressão inteiramente estranho à mentalidade moderna acostumada a suspeitar de tudo aquilo que não compreende. O simbolismo é o meio mais bem adaptado ao ensino das verdades de ordem superior, religiosas e metafísicas, ou seja, de tudo que é repelido ou descuidado pelo espírito moderno.”

Nesse sentido, há que se entender que reservar aos iniciados o significado atribuído a um símbolo, ou conjunto de símbolos, não caracteriza haver, realmente, um “segredo”. A iniciação é somente uma espécie de requisito preparatório, para “assimilação e realização dos ensinos éticos”, de moral e de valores, sem os quais não se conseguirá obter a total compreensão dos símbolos. Mal comparando, o significado dos símbolos maçônicos pode ser considerado tão secreto quanto o significado das palavras é secreto para o não-alfabetizado.É necessário antes aprender as letras para então aprender as palavras e seus possíveis significados.

Consequentemente, uma vez conhecido o significado, desaparece o “segredo”, o que todavia demanda, de cada indivíduo, dedicação, tempo, estudo, reflexão. Conforme o historiador maçônico francês Paul Naudon, “há no entanto um segredo, mas é talmente inviolável que nunca foi confiado a ninguém. Aqueles que param na superfície das coisas pensam que o segredo consiste em Palavras, Sinais e Toques, ou que finalmente a palavra está no último grau. Erro. Aquele que adivinha o segredo da Maçonaria, visto que só será conhecido se for adivinhado, só chega a este conhecimento por muito frequentar as Lojas, por muito refletir, raciocinar, comparar e deduzir.”

Fato é, portanto, que a Maçonaria é uma instituição muito antiga e que nada tem de se envergonhar e esconder. “Nada, absolutamente nada, existe na Maçonaria que possa contrariar a consciência do homem.” Desta forma, no vocabulário maçônico moderno, a palavra “segredo” deve ser tomada como símbolo de “discrição”.

A adoção de sinais e emblemas de elevada significação simbólica, é um princípio geral da Ordem Maçônica, assim como também é um princípio a recomendação de que a doutrina seja divulgada pelo exemplo e pela palavra. O sigilo (e não “segredo”) é um postulado universal, que deve ser guardado inviolavelmente em relação a tudo o que se tenha confiado entre Irmãos. Esta obrigação de sigilo se observa mesmo internamente entre os diferentes graus de conhecimento, comprometendo-se o Irmão, em cada grau, a não revelar o novo aprendizado a quem ainda está em grau anterior.

Portanto, para a pergunta se “a Maçonaria é uma sociedade secreta?”, a resposta é “não, pela simples razão de que sua existência é amplamente conhecida. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de história etc. O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do mundo, e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos.”

(Com informações do GOB-PR, e fundamento em obras de N. Aslan e V. Sansão)

Responsável: Loja Perseverança ([email protected]) – Jorn. Fernando Gerlach (DRT-PR nº 2327)

Em alta

plugins premium WordPress