conecte-se conosco

Maçonaria

Dia de Trabalho

Celebra-se neste domingo – 1.º de maio – o “Dia do Trabalho”. A data em si contém o rico significado histórico e simbólico do processo de conquistas de melhores condições para os trabalhadores, sempre um passo importante na evolução da Humanidade

Publicado

em

A ACÁCIA NA MAÇONARIA

Celebra-se neste domingo – 1.º de maio – o “Dia do Trabalho”. A data em si contém o rico significado histórico e simbólico do processo de conquistas de melhores condições para os trabalhadores, sempre um passo importante na evolução da Humanidade. As novas gerações podem não se dar conta, mas foi há apenas 130 anos que, à custa de enfrentamentos e mortes, o operariado conseguiu começar a reduzir a jornada de trabalho de 17 para 8 horas diárias. 

Fato é que ao longo dos séculos a percepção social do trabalho tem mudado bastante. Apenas no século XIV “trabalho” começou a ter o atual sentido genérico de “aplicação das forças e faculdades (talentos, habilidades) humanas para alcançar um determinado fim”, pressupondo uma “atividade racional, onde o indivíduo tem que pensar, (…) baseado em métodos, estratégias, e não apenas um trabalho braçal, operacional e sofrido.” 

Antes, “trabalho” já significou “instrumento de tortura”. A palavra vem de “tripalium”, literalmente três estacas de madeira que, afiadas, eram utilizadas pelos romanos para torturar escravos e quem não podia pagar impostos. Quem não tinha posses, “trabalhava”, ideia que logo “se estendeu às atividades físicas produtivas realizadas pelos trabalhadores em geral: camponeses, artesãos, agricultores, pedreiros etc.” A partir do latim, o termo passou para o francês “travailler”, que significa “sentir dor” ou “sofrer”, e daí o sentido de “fazer uma atividade exaustiva” ou “fazer uma atividade difícil, dura”. Havia também o termo latino “labor” (“tarefa”, “labuta”), origem do italiano “lavoro”, do português “lavoura” e do inglês labor, ou labour (o feriado norte-americano para o “dia do trabalhador” é o “Labor Day”, em setembro). 

A história da Ordem Maçônica, por sua vez, remete aos canteiros de obras das catedrais medievais, cujos trabalhadores formaram a “Maçonaria Operativa”, da qual derivaram os construtores sociais da moderna “Maçonaria Especulativa”. A própria ideia de “construção” faz presumir haver a necessidade de “trabalho”. Assim como o pedreiro-operário (mason) diariamente desbastava as pedras para encaixá-las, retas e lisas, na estrutura em elevação, todo dia é dia de o Maçom, simbolicamente, trabalhar as arestas do conhecimento, da cultura, do comportamento, para superar vícios e edificar virtudes, para si e para os outros. 

Portanto, é constante o trabalho do Maçom na própria evolução ética e moral, e na edificação de uma sociedade melhor, através dos trabalhos da Loja Maçônica, sua “oficina de trabalho”. Em material educativo, o GOB-PR afirma que “o crescimento de ambos, o Maçom e a Sociedade, é o maior objetivo, que pode ser alcançado somente com perseverança, por meio de árduo trabalho em duas dimensões, a individual, potencializando-se as competências, habilidades e atitudes pessoais. E a dimensão coletiva, o cuidado com a dimensão social, as relações sociais concorrentes para o benefício da Sociedade.” Não por menos, o ideal maçônico encontra-se resumido no lema “Ciência, Justiça, Trabalho”, sendo o “trabalho” que dignifica os homens e os tornam independentes economicamente.

Nicola Aslan, renomado autor maçônico, afirma que “trabalho é o nome que se dá em Maçonaria a toda obra, exercício ou ocupação, a toda atividade de seus membros, dedicada à Instituição, na Loja ou fora dela.” Desta forma, o simbolismo maçônico está impregnado de referências ao trabalho, colocando-o, junto com outros elementos, no centro do que se pensa e do que se faz na Instituição. A Maçonaria considera que o “trabalho”, em suas instâncias (há dicionários que trazem mais de 20 significados), é requisito essencial para o Homem e a Humanidade seguirem em sua inexorável senda evolutiva. “O trabalho é um dogma fundamental que a Maçonaria impõe aos seus filiados como um dever iniludível, por isto os Maçons são distinguidos pela designação de Obreiros. A Loja é simbolizada por uma Colmeia, sendo o Avental o Símbolo do Trabalho, do labor, pois lembra que um Maçom deve ter sempre uma vida ativa e laboriosa”, ensina Aslan.

O poeta romano Virgílio (70 a 19 a.C.) lapidou a expressão “labor omnia vincit improbus et duris urgens in rebus egestas”: nas situações difíceis, o trabalho persistente e a necessidade, que ameaça, vencem todas as coisas. Contudo, sabe-se que os tempos são outros e que, acompanhando a evolução da percepção social a respeito, atualmente já não basta só o trabalho. Antônio do Carmo Ferreira, em “Educação e Maçonaria”, lembra que “o progresso impõe maiores cuidados na preparação dos cidadãos. Não basta habilitar o indivíduo somente para o trabalho, o que é um dever social. É preciso dar-lhe uma formação moral e cívica adequada às novas conquistas da técnica e aos caminhos descobertos, de modo que tudo resulte em benefício da humanidade.”

Com base em obras de N. Aslan e A.C. Ferreira, e informações de Dicionário Oxford Languages, dicionarioetimologico.com.br, Formação Básica – GOB-PR e wikipedia.org.

Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected]

Publicidade










Em alta

plugins premium WordPress