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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Ocorrência de sítios arqueológicos do tipo oficinas líticas, no litoral do Paraná

Entre a infinidade de riquezas históricas do litoral paranaense, existe uma que ainda é pouco conhecida do público em geral

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Entre a infinidade de riquezas históricas do litoral paranaense, existe uma que ainda é pouco conhecida do público em geral e que dentro da arqueologia são chamadas de Oficinas Líticas. Estes sítios arqueológicos são locais onde populações pré-históricas confeccionavam seus instrumentos e ferramentas. Por constituírem áreas de atividade de produção e reparos de artefatos líticos polidos, estes sítios são reconhecidos como oficinas. Apresentam-se na forma de sulcos (que são as oficinas do tipo amoladores/afiadores) e também no formato de depressões circulares (que são as oficinas conhecidas como bacias de polimento). Originam-se da fricção de rochas móveis (com areia e água), sobre afloramentos rochosos usados como base durante o processo de confecção de artefatos líticos. São facilmente observadas em algumas áreas de costão rochoso do nosso litoral, como nos costões da Ilha do Mel, na Praia Mansa em Caiobá e também na Praia de Caieiras em Guaratuba.

Embora a maior parte das oficinas localizadas e catalogadas no litoral paranaense se encontre em bom estado de conservação, sofrendo apenas a influência natural do intemperismo físico e químico, sabe-se que inúmeras foram anteriormente destruídas, sendo vítimas da especulação imobiliária, demonstrando o descaso e desconhecimento por parte do Poder Público com relação a estes importantes testemunhos da pré-história paranaense. Atos de vandalismo como pichações e deposições de resíduos sobre os vestígios, também podem acelerar o processo de degradação das bacias.

 A preservação destas áreas pode ser relacionada com a criação da prática do chamado turismo histórico/arqueológico, gerando receita, a qual pode ser revertida para a preservação e sinalização dos próprios sítios, enriquecendo culturalmente a nossa região. Estes sítios devem ser vistos como vestígios da cultura material de um povo pretérito, que deixou nestas marcas a representação de um local em que se desenvolviam atividades que dizem respeito ao comportamento humano e sua relação com o ambiente em que viviam.

Marcos de Vasconcellos Gernet- Professor da UFPR-Litoral. Pesquisador correspondente do IHGP

Elizângela da Veiga Santos– Mestre em Desenvolvimento Territorial Sustentável UFPR

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