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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Antônio Vieira dos Santos

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Antônio Vieira dos Santos nasceu em 1784 no Porto, Portugal, e, aos treze anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como comerciante. Em 1798, estabeleceu-se no Litoral do Paraná, mais especificamente em Paranaguá, onde desempenhou diversos cargos, incluindo comerciante, alferes, tesoureiro de irmandade e funcionário da municipalidade. Em 1812, exerceu o cargo de vereador (Procurador da Câmara de Paranaguá) antes de se mudar para a freguesia de Morretes, onde se dedicou à cultura da erva-mate a partir de 1825.

De acordo com os historiadores André Cavazzani e Sandro Gomes, Vieira dos Santos ocupou cargos no poder municipal de Paranaguá, Antonina e Morretes, além de ter atuado na administração da Província de São Paulo entre 1800 e 1850. No entanto, ele não alcançou as posições mais elevadas na estrutura política da época, ficando em uma posição de dependência econômica em relação aos comerciantes mais prósperos, devido ao funcionamento do mercado de crédito do Brasil do século XIX. Sua habilidade de escrita e seu interesse pela história, memória e pesquisa o destacaram como uma figura proeminente na sociedade em que viveu.

A partir do final da década de 1840, Vieira dos Santos iniciou a escrita de memórias históricas, incluindo uma sobre Antonina em 1849, infelizmente perdida, e memórias sobre as vilas de Paranaguá e Morretes. No início de suas obras, ele enfatizou a importância da compilação de registros históricos sobre os municípios das províncias, atendendo a uma demanda do Governo Imperial. Para ilustrar essa importância, ele reproduziu uma ordem emitida pelo Governo de São Paulo em 1845, que exigia que as Câmaras listassem e enviassem à Presidência da Província os documentos relacionados à história dos municípios, que seriam posteriormente encaminhados ao Arquivo Público do Império (CAVAZZANI; GOMES, 2017, 19-20).

 Suas obras “Memória Histórica da Cidade de Paranaguá” (1850) e a “Memória História de Morretes” (1851), continuam sendo referências importantes para historiadores e estudiosos, destacando-se pela habilidade do autor de transcrever documentos históricos e registrar diversos aspectos e costumes da sua época.

Priscila Onório Figueira

CAVAZZANI, André Luiz Moscaleski. Tendo o sol por testemunha: população portuguesa na Baía de Paranaguá, 1750-1830. 2013, 357 f. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas- Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013.

CAVAZZANI, André Luiz Moscaleski; GOMES, Sandro Aramis Richter. A Memória Histórica de Morretes: condições sociais de produção e sumário de temas. In: Santos, Antonio Vieira dos, 1784-1853. Memória histórica de Morretes / Antonio Vieira dos Santos; André Luiz Moscaleski Cavazzani e Sandro Aramis Richter Gomes (Orgs.). – 1. ed. – Curitiba: Ed. UFPR, 2017.

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