A todo momento escuto frases como esta, a qual dá título ao texto. Diálogos despretensiosos da informalidade, entre pais, estudantes e professores. A “falta de educação” é retratada como a principal causadora das cenas de violência e desrespeito, cada vez mais frequentes, em ambiente escolar.
Mas, afinal de quem é o problema da “falta de educação”? Digo, sem medo de errar: que é de todos. A responsabilidade de educar as crianças e os adolescentes é dos pais, dos professores e da sociedade em geral.
Antes, que muitos iniciem críticas e contradições de tal posição, vamos juntos refletir. Sobre qual educação nos referimos? Afinal, há formas diferentes de educar-se.
Segundo o Ministério da Educação, a educação formal é obtida através das instituições de ensino tradicionais; enquanto que a educação não formal corresponde às iniciativas de ONGS e igrejas, por exemplo. A educação informal, por sua vez, é aquela que ocorre ao longo da vida, na qual se estabelecem os valores e as condutas morais.
Acredito que a problemática trazida no início do texto, sobre a “falta de educação”, seja justamente sobre este “tipo” de educação, a qual se obtém ao longo da vida. Portanto, se ela deve ser adquirida ao longo de toda uma vida, pressupõe-se que todos os círculos sociais que tenham contato direto com o indivíduo em desenvolvimento, deva responsabilizar-se, nem que seja por uma pequena porcentagem, da sua educação.
Como professora, não estou dizendo que nosso objetivo de profissão seja este, mas devo aceitar que não estou isenta de trabalhar com o crescimento integral do meu aluno.
Educação vem sim do berço e cabe à família responsabilizar-se pelas primeiras instruções. Mas também é de responsabilidade da escola e da sociedade dar continuidade a esta formação.
É mais cômodo apontarmos os dedos e encontrar culpados do que aceitarmos que temos responsabilidade pela formação da nossa geração.
Vale lembrar, que juízos, conceitos e pensamentos normativos de uma sociedade são ensinados pelo exemplo e construídos dia após dia.
