O inglês está cada vez mais presente no cotidiano das crianças e jovens. O idioma pode ser encontrado em desenhos animados, músicas, brinquedos, estabelecimentos comerciais e principalmente no campo tecnológico: na internet. Este intercâmbio cultural e linguístico é enriquecedor para o cérebro infantil.
Anos atrás, acreditava-se que o ensino de uma segunda língua poderia trazer prejuízos a criança, quando ensinada prematuramente. Esse entendimento baseava-se sobre a crença de que a inserção do inglês ou de outro idioma, poderia confundir e comprometer a real aprendizagem da língua materna – aquela que corresponde, geralmente, ao grupo com que o indivíduo socializa.
A idade para se aprender um segundo idioma também sempre foi um ponto de discussão entre os educadores. Há especialistas que defendem o ensino do inglês somente após o processo de alfabetização, ou seja, a partir dos sete anos de idade, aproximadamente.
No entanto, há estudos demonstrando que o contato direto com o uso de uma segunda língua, desde os primeiros dias de vida, traz grandes benefícios. O cérebro infantil, ainda em amadurecimento, percebe os mecanismos pertencentes a fala e se aprimoram conforme os estímulos recebidos. Bebês, adquirem e aperfeiçoam seus sistemas de sons (fonológico), de palavras (léxicos) e da gramática (morfossintáticos) desde o nascimento até os primeiros anos de vida.
A infância é o período da vida em que o desenvolvimento cerebral ocorre de forma mais acelerada. A linguagem, por exemplo, tem seu refinamento dos 9 meses aos 8 anos de idade. No entanto, entende-se que os bebês já reconhecem as primeiras palavras em torno dos 5 meses de idade, balbuciam as primeiras palavras entre os primeiros 10 meses e alcançam um vocabulário de 50 palavras por volta dos 18 meses. Daí em diante é só progresso: 100 palavras entre 20 e 21 meses e, estima-se que uma criança com desenvolvimento sadio vivendo em um ambiente estimulador, reconheça e pronuncie 14 mil palavras aos 6 anos de idade.
A aquisição da linguagem materna e o bilinguismo na infância, ocorre através de uma direta exposição, ao ouvir os contrastes dos diferentes idiomas e na percepção destas variações, criando assim, um enriquecimento estrutural da linguagem.