Cidadania e Segurança

Pandemia da violência

Com as recomendações sanitárias de combate à COVID-19, ficar em casa se tornou uma forma de proteção.

Com as recomendações sanitárias de combate à COVID-19, ficar em casa se tornou uma forma de proteção. Mas pelo visto essa proteção só vale contra o vírus. O número assustador de casos de violência contra a mulher no país cresceu de maneira exponencial, expondo um crime que acontece entre quatro paredes, longe dos olhos da sociedade. Na pandemia da violência, oito mulheres são agredidas por minuto no Brasil.

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Segundo pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram cerca de 17 milhões de mulheres que sofreram algum tipo de violência no ano passado e, em 7 a cada 10 ocorrências, o autor é uma pessoa conhecida, principalmente companheiros ou ex-companheiros.

Outro dado assustador é que apenas 12% das vítimas registraram ocorrência em delegacias especializadas e só 7% recorreram à Polícia Militar.

É fundamental que a denúncia seja feita. Aqui no Paraná temos um dispositivo de minha autoria, uma lei que obriga condomínios a denunciarem indícios ou casos de maus-tratos a mulheres, crianças e idosos.

Muitas vezes o silêncio pode ser fatal, pois sabemos que casos recorrentes de violência doméstica podem evoluir para histórias bem piores e vidas destruídas.

Um levantamento feito pela Rede de Observatório da Segurança em cinco estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Pernambuco, mostrou que no ano passado, por dia, cinco mulheres foram vítimas de feminicídio.

No Paraná, a violência também avança. Em apenas dois meses deste ano, o Ministério Público do Paraná (MPPR) recebeu 24 denúncias de feminicídio e mais 932 de violência doméstica contra a mulher. Em 2020, foram oferecidas 165 denúncias criminais por feminicídio e 12.741 casos de violência doméstica. Assustador! 

Diante da gravidade destes crimes, calar não é uma opção!

Faça a sua parte e denuncie!

Não podemos fechar os olhos para uma nova pandemia que precisa ser combatida.

Por Fernando Francischini

Fernando Francischini foi policial militar no PR e delegado federal, onde participou de megaoperações responsáveis por prender criminosos procurados internacionalmente. Comandou a Secretaria Antidrogas de Curitiba e a Secretaria de Segurança no Paraná. Foi eleito duas vezes deputado federal, com intensa atuação nas pautas anticorrupção e em importante CPIs. Na Assembleia Legislativa, bateu o recorde como deputado mais votado da história do Paraná, com mais de 427 mil votos. Comanda a Comissão de Constituição e Justiça.

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