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Alvaro Dias

Coluna Alvaro Dias

Após lançar oficialmente minha pré-candidatura à Presidência da República, iniciei uma série de viagens pelo País, de norte a sul e de leste a oeste.

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Após lançar oficialmente minha pré-candidatura à Presidência da República, iniciei uma série de viagens pelo País, de norte a sul e de leste a oeste. Nessa caminhada, tenho me deparado não apenas com as belezas naturais do Brasil, que há séculos encantam a humanidade, mas também com o extraordinário potencial econômico do nosso povo.

Potencialidade essa que assusta, porque convive lado a lado com uma miséria imensa. O contraste é gritante e inexplicável. Atualmente, 52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, e 15 milhões sobrevivem com apenas R$ 136 por mês.

As estatísticas oficiais falam, ainda, em cerca de 14 milhões de desempregados em todo o Brasil. Esse índice, contudo, certamente ultrapassa os 40 milhões, se considerarmos aqueles que estão aptos, mas desistiram de buscar emprego, ou os que trabalham menos horas do que gostariam.

Essa força de trabalho desperdiçada, que fica fora das estatísticas oficiais, constitui potencial enorme para contribuir para o desenvolvimento nacional. Mas por que ninguém fala sobre desemprego no Brasil? Como reverter esse quadro?

O primeiro passo é a refundação da República, de modo a substituir o atual sistema corrupto e incompetente, especialmente a prática do balcão de negócios. Isso passa pela implantação de grandes reformas modernizadoras: no Estado, política, tributária, da Previdência e do sistema federativo.

Do ponto de vista da geração de empregos e renda, a reforma tributária é a mais importante. É fundamental reduzir a carga de impostos para que a roda da economia volte a girar com mais força: a economia vai crescer, o Poder Público vai arrecadar mais e a população pagará menos.

De que forma? Simplificação de tributos e justiça fiscal. Precisamos tributar menos o consumo e mais a renda, de forma a colocar mais dinheiro no bolso dos brasileiros. Também é urgente baixar os preços dos produtos essenciais para a população, como os combustíveis, que alcançam valores estratosféricos. Outro compromisso é não tributar tanto a cesta básica como os medicamentos.

Um modelo tributário mais simples e desburocratizado vai melhorar o ambiente de negócios e estimular a atividade empreendedora. Se conseguirmos projetar no exterior a imagem de um Brasil sério e que combate a corrupção de forma efetiva, vamos sinalizar a necessária segurança jurídica e possibilitar o retorno dos investidores afugentados pela crise.

Esse é um exemplo que deu certo no Paraná, quando fui governador do Estado, no fim dos anos 80 e início dos 90. Na época havia uma sonegação brutal no setor de carnes, que tinha uma alíquota elevada. Ao reduzirmos o imposto, a receita cresceu 300%. Ou seja, ao reduzir o tributo, elimina-se a sonegação.

Nunca é demais lembrar que o melhor programa social que existe é o emprego. Por essa lógica, o Bolsa Família não pode ser encarado como despesa, mas como investimento. A proposta é que o programa funcione como uma fase preparatória para a inserção no mercado de trabalho, de qualificação da mão de obra.

O beneficiário do Bolsa Família que aceitar emprego poderia ter a opção de continuar no programa por mais dois anos. Com essa segurança, ele se convencerá de que vale a pena ficar no emprego e não voltará para o benefício. Dessa forma, reduziremos os beneficiá- rios do programa.

Sou a favor, ainda, da manutenção do tripé macroeconômico: meta fiscal, meta de inflação e câmbio flutuante. Mas acrescentaria a ele o saneamento financeiro e a transparência na administração da dívida pública, o que nos possibilitaria novamente alcançar resultados significativos na área econômica.

É fundamental que o presidente da República entenda de economia, além de ter experiência administrativa e passado limpo. Só assim será possível apontar caminhos e romper com esse sistema que ocasiona miséria e corrupção. Precisamos virar a página da crise. E, para isso, o debate sobre desemprego é essencial.

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