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Alvaro Dias

Fim do balcão de negócios

Desde que veio à tona o monstruoso esquema de corrupção desvendado pela operação Lava Jato, muito se tem falado sobre as consequências dos desvios de bilhões de dinheiro público, mas pouco se fala a respeito das causas desse escândalo.

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Desde que veio à tona o monstruoso esquema de corrupção desvendado pela operação Lava Jato, muito se tem falado sobre as consequências dos desvios de bilhões de dinheiro público, mas pouco se fala a respeito das causas desse escândalo. E a causa maior dos males que afligem a sociedade brasileira é o sistema promíscuo de governança que se instalou no Brasil, que tem como base o balcão de negócios e a distribuição de cargos para obtenção de apoio no Congresso.

 

Os últimos governos, nos últimos 14 anos, institucionalizaram essa prática da promiscuidade, impondo o conceito de que governabilidade tem que rimar com promiscuidade. Eu vou repetir: enquanto esse sistema de governança prevalecer, o Brasil não vai alcançar os índices de crescimento compatíveis com sua grandeza e, sobretudo, com a grandeza do seu povo, porque esse sistema esgota a capacidade de o Poder Público investir em setores essenciais para o desenvolvimento econômico e social do País. Esvai-se a capacidade financeira de investir em educação, em saúde, em segurança pública, em geração de emprego, em desenvolvimento.

 

O sistema do balcão de negócios se transformou na usina dos grandes escândalos de corrupção e na fábrica de governos corruptos e incompetentes. Precisamos acabar com o aparelhamento do Estado, em que os partidos políticos fazem indicações para os principais cargos sem levar em conta a qualificação técnica ou a competência do indicado.

 

Quem se elege para governar o País perde autoridade ao permitir que os partidos políticos disputem  cargos, obrigando o governante, inclusive, a ampliar as estruturas existentes, criando ministérios, diretorias, departamentos, secretarias, empresas estatais, agências reguladoras, cargos comissionados, estabelecendo o que chamamos de paralelismo, de superposição de ações, desperdiçando os recursos públicos com o crescimento exagerado das despesas correntes, as chamadas despesas de custeio, e impossibilitando os investimentos produtivos.

 

Essa sempre foi e continuará sendo uma das minhas principais bandeiras: enquanto não derrubarmos o balcão de negócios, enquanto não sepultarmos esse sistema de toma lá dá cá, nós não colocaremos o Brasil nos trilhos do progresso e do desenvolvimento e não teremos o respeito do povo brasileiro.

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