O modal ferroviário paranaense e o Porto Público precisam de projeto ousado e inovador e integrado, de longo prazo, para atender à crescente demanda logística e para o escoamento da produção de grãos para alimentar o mundo.
Enquanto não se “plantam tâmaras”, são necessários investimentos e melhorias na centenária ferrovia e terminais do Porto de Paranaguá.
Há projeções do setor produtivo, com tecnologias e inovações, estimam uma demanda crescente pelo corredor logístico. Felizmente, o governo estadual implantou uma Gestão Técnica moderna na APPA. O Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) prevê para 2030 um volume 80 milhões de toneladas/ano de cargas, dobrando o atual volume.
Mas o segmento rodoviário não terá capacidade logística para atender o Porto. Faltam estradas e nem a cidade de Paranaguá poderá suportar o acúmulo de caminhões.
O Programa de Investimentos e Logística do Governo Federal aponta para o aumento da capacidade do Modal Ferroviário e expansão da produção de grãos. O Paraná está entre as 31 obras prioritárias.
O diálogo entre os setores público e privado está agindo para garantir a competitividade. No momento atual, convergem a concessionária ferroviária (Rumo), a APPA e empresas que exploram os terminais portuários. Fator que favorece a melhoria contínua da eficiência de carga e descarga.
O projeto em estruturação pela APPA, em parceria com os terminais do corredor de exportação (Corex) e a Rumo, para a operação da “Moega Cais Leste”, uma pera ferroviária com três linhas, terá capacidade de descarga de mais de mil vagões/hora. A adequação das estruturas de expedição de correias transportadoras aos novos fluxos de descarga aumentará a capacidade em mais de vinte milhões toneladas/ano em todo o sistema.
Na renovação da concessão, deve haver investimento para expansão do pátio de cruzamento na Serra do Mar, e melhorias no material rodante (vagões e locomotivas). Outra
parceria é um projeto para concentração de carga e descarga de grãos, a “Moega Cais Leste”, uma pera ferroviária com três linhas de carga e descarga de mais de mil vagões/dia.
Deve beneficiar as manobras ferroviárias e melhorar a mobilidade urbana em todo o Porto Público, que terá somente quatro interseções rodoferroviárias (hoje são 20).
Fica faltando plantar tâmaras. O Paraná carece de um projeto ousado e inovador para o corredor de exportação, para, pelo menos, meio século. O que temos tem um século e meio.
Juraci Barbosa Sobrinho é advogado e consultor empresarial
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