Alguns trabalhadores têm desafios a mais para enfrentar neste Dia do Trabalho. Os enfermeiros e profissionais de saúde que estão atuando ativamente no enfrentamento à pandemia da Covid-19 foram colocados em destaque nos últimos meses devido ao seu trabalho que lida com a dor do próximo e salva vidas.
Neste Dia do Trabalho, a enfermeira Maria Angélica Gimenes Vassoler, coordenadora da Articulação e comunicação institucional do Hospital Regional do Litoral (HRL), contou que, com o surgimento da pandemia, a sociedade passou a valorizar mais o trabalho dos profissionais que atuam na área da saúde, já que para eles não há distanciamento social.
“A população já reconhece nossa profissão. E a pandemia em curso está expondo a necessidade vital dos profissionais da saúde, especialmente a enfermagem”, afirmou Maria Angélica.
Ela contou que no HRL, a proteção dos profissionais foi intensificada, por meio de medidas de proteção individual preconizadas pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde, tais como higienização das mãos e uso correto dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
“Os profissionais que entram em contato com pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19 são orientados e treinados para uso de barreira máxima com uso de touca, óculos de proteção ou faceshield, máscara N95 ou cirúrgica (dependendo do tipo do procedimento), avental de proteção e luvas de procedimento. Importante ressaltar que tão importante quanto ter estoque disponível de EPIs para os profissionais, são os treinamentos para o uso correto dos mesmos, principalmente, no momento da remoção após o uso, pois é nessa hora que há maior chance de contaminação do profissional se não houver uma desparamentação correta”, explicou a enfermeira.
Impacto emocional
“Sobre o adoecimento emocional, existe uma possibilidade muito grande não só da área da saúde, mas de toda a população. Neste momento, aumenta a possibilidade em decorrência da pandemia. Com o distanciamento social e isolamento domiciliar a sociedade é privada dos seus lazeres e o medo está presente. Outro ponto importante é que alguns dos profissionais de saúde estão longe de seus filhos e familiares tentando protegê-los. Sendo assim, a angústia, medo e saudade toma uma proporção maior”, lembrou a enfermeira.
Missão de vida
Para ela, a enfermagem é mais que uma profissão, por exigir um contato humano e solidário com os pacientes que, por vezes, estão no pior momento de suas vidas. “Para mim é uma missão. Em qualquer fase da vida, desde o nascimento até a morte, estamos em contínua escuta e compreensão das exigências de um enfermo, cuja situação requer um árduo esforço de discernimento e atenção. Desta forma, nossa profissão se torna uma verdadeira missão. Eu sou realizada cuidando do próximo e gosto de ressaltar que os enfermeiros e sua equipe mantêm uma relação pessoal com os pacientes dos quais cuida diariamente, ouve as suas necessidades e está em contato direto. É nosso dever: promover a saúde, prevenir a doença, restabelecer a saúde e aliviar o sofrimento. E não tem nada mais gratificante do que amar o que faz e fazer por amor”, destacou Maria Angélica.
Recado a população
“A população em geral deve usar máscaras caseiras, cuja manipulação adequada aliada a medidas como cuidado permanente com higienização e com o distanciamento social podem produzir bons resultados. Máscaras destinadas a uso profissional devem ser destinadas aos profissionais de saúde, cuja exposição ao risco de transmissão é mais acentuada”, declarou Maria Angélica.
Ela lembra que somente o uso de máscaras não é a solução do problema, pois precisa estar associada às demais medidas de prevenção, como distanciamento social, etiqueta respiratória, higiene das mãos e o isolamento de pessoas com sintomas gripais.