Valmir Gomes

BRASILEIRÃO

Vai começar o campeonato de mais difícil prognóstico do mundo do futebol. No continente europeu, na Ásia ou até na maioria dos países da América do Sul, podemos arriscar, com certeza, os dois ou três favoritos. Aqui não! O Brasil por si só já é quase um continente, alguns clubes pela tradição centenária, outros pela organização, poderiam entrar na lista dos favoritos. Nesta soma já dariam pelo menos dez equipes, justo a metade dos participantes. Ainda tem as surpresas do futebol, Guarani, de Capitão, Careca e Bozo, ou o Coritiba, de Lela, Índio e Edson, dois rápidos exemplos. Além disto, as ingerências extracampo, já houve título decidido em erros grotescos de arbitragens, vide Corinthians e Internacional, com Márcio Rezende de Freitas no apito, ou Flamengo e Atlético Mineiro com José Roberto Right, ficamos nestes dois exemplos. Como notaram o Brasileirão, por suas histórias, deixa os comentaristas com imensa dificuldade de arriscar favoritos. Boa sorte à dupla Atletiba.

 

PAULO SEM MEDO

Posso não concordar com tudo que o Paulo Autuori fala, às vezes até acho que se mete em coisa que não lhe diz respeito. Porém fico feliz, de ver um homem no mundo do futebol, com o discernimento e a coragem do Autuori. Na bola cada um cuida de si, os grandes craques do futebol brasileiro, os campeões mundiais, foram omissos. Nuca se manifestaram a respeito de nada, dos anos de ditadura ou aos desmandos da CBF, ou quem sabe sobre o calendário do futebol. Nunca falaram nada. O nosso Alex do Coritiba e o Paulo André do Atlético dia destes criaram o movimento bom senso, uma tentativa de organizar o futebol brasileiro. Não encontraram repercussão na própria classe. Acabaram desistindo. Por isto quando uma solitária voz se levanta, em defesa da organização do futebol, me sinto na obrigação de exaltar. Sei que é pouco, a gota d'água do passarinho no incêndio da floresta, porém o Paulo Autuori está fazendo a parte dele, que os outros sigam o seu exemplo. parabéns, Paulo sem medo.

 

FATOS

Os coxas apresentaram o novo velho técnico, Pachequinho. A torcida aplaudiu e a imprensa apoiou. Como todos sabem de agora em diante, a lua de mel acabou. O ídolo do passado como jogador, imagino, vai ter um salário igual ao do Carpegiani, por que vai ser cobrado na mesma proporção. Assim caminha a humanidade no mundo da bola. Do meu canto desejo vida longa no Coritiba ao Pachequinho. Enquanto isto, no Paraná Clube, o diretor de futebol Rodrigo Pastana, está desempenhando um trabalho de muito boa qualidade. Sem alardes e mostrando uma sintonia perfeita com a diretoria, Pastana merece os elogios desta coluna. Lá longe, o nosso Londrina vai começar a caminhada rumo à primeira divisão. Organizado como sempre, o gestor Sérgio Malucelli e sua equipe de trabalho andaram reforçando o time, sem mexer no comando técnico, em que Cláudio Tencati mostra sua competência há alguns anos. Tomara que a torcida compareça e ajude o Tubarão a subir de divisão. Daqui fica nossa torcida.

 

ROBSON GOMES e FABIANO ROSENAU

Ninguém ganha um campeonato sozinho, no Coritiba não é diferente, existiu uma grande estrutura e muita gente boa ajudou na busca do título estadual. Como todo pai coruja, fico feliz quando um filho alcança seus objetivos. Como sempre digo, hoje a preparação física se tornou fundamental no futebol. Lamentavelmente se corre mais e se joga menos. Por isto vou ressaltar o departamento médico e físico do Coritiba na sua conquista. Hoje me atenho a duas pessoas: os professores Robson Gomes e Fabiano Rosenau, os preparadores físicos do campo. Robson velho e querido conhecido dos parnanguaras, foi campeão no Rio Branco na década de 90. Depois ganhou o mundo, por onde passou deixou sua marca. Fabiano jovem e competente, também com experiência internacional, foi o elo perfeito do Robson com o grupo de atletas. Uma lástima terem perdido o Fabiano. Robson e Fabiano, quase anonimamente, ajudaram o Coritiba a reconquistar a hegemonia no futebol paranaense. Parabéns, dupla dinâmica.