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Semeando Esperança

Ao redor da mesa!

À noite, porém, jantávamos juntos. Essa tornou-se uma característica de minha família: gostamos, ainda hoje, de estar à mesa.

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Cresci em uma família pobre. Poucos móveis na casa. Mas, na cozinha, havia uma mesa. Durante o dia, trabalhos e escola, cada um para o seu lado. À noite, porém, jantávamos juntos. Essa tornou-se uma característica de minha família: gostamos, ainda hoje, de estar à mesa. Sofro quando, durante alguma visita missionária, encontro famílias que sequer têm uma cozinha, uma mesa para as pessoas da casa estarem ao redor. Falta-lhes, para muitos, o que comer cada dia.

O Evangelho de hoje – Lucas Lc 14,1.7-14, do 22.º Domingo do Tempo Comum – apresenta-nos Jesus “que foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus”. Ele, vendo o comportamento dos convidados, disputando os primeiros lugares, e o do dono da casa que convidou somente seus amigos e pessoas influentes do local, aproveitou a ocasião para anunciar-lhes o Evangelho, a Boa Notícia do Reino de Deus: “Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado”. Desse modo, Jesus estava dizendo aos convidados que escolhessem sempre os últimos lugares e, àquele que o convidou, que se lembrasse dos últimos da sociedade. Jesus, portanto, inverte a lógica do mundo, mostrando a lógica de Deus, que “dispersa os orgulhosos e derruba os poderosos de seus tronos” (Lc 1,51-52). Esse é também o estilo do Filho, Jesus Cristo: “esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo” (Fl 2,7). O Filho não temeu ocupar um lugar entre os últimos. Ao nascer, foi deitado em uma manjedoura; viveu em Nazaré, cidadezinha de má fama, de onde não podia sair coisa boa (Jo 1,46); andou pelas vilas e favelas, anunciando o Evangelho do Reino e agindo em favor dos mais necessitados; morreu crucificado e foi colocado em um sepulcro emprestado. Ao terceiro dia, ressuscitou!

Jesus fala de inclusão: convide os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos (Lc 14,13). Como fazer isso? Realizando pequenos gestos de valorização das pessoas excluídas, para que tenham oportunidades, normalmente negadas pela nossa sociedade. E, procurando sempre, valorizar as pessoas pelo que elas são e não por aquilo que elas aparentam possuir. Você já experimentou, a alegria de ajudar pessoas idosas em nossos asilos ou que vivem sozinhas? Foi a alguma creche da periferia? Conhece alguma outra obra, como, por exemplo, o “Projeto 5C: Centro Cultural Cecília Correa de Carvalho”? E são muitas as situações nas quais você poderá doar um pouco de si e receber muito. “Então tu serás feliz!”

A cada dia renasce para nós a possibilidade de cortar um pouco nossos interesses, de renunciar a pequenas vantagens, de semear alegria na vida de quem vive necessitado, de doar algo do nosso tempo, sem reservá-lo sempre para nós, de colaborar gratuitamente em pequenos serviços. “Então tu serás feliz!”

Sim, temos consciência: o caminho da gratuidade é quase sempre difícil. Contudo, cada pequeno gesto desinteressado, acredite, pode encher de alegria a vida de quem o realiza: “Então tu serás feliz!”

Felizes os que procuram viver para os outros!

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