“Grandes multidões acompanhavam Jesus”. Sentiam-se atraídas por ele, que dava sentido a suas vidas. Como tem insistido o Papa Francisco: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Evangelii Gaudium 1).
A essas multidões de ontem e de hoje, Jesus anuncia que não é possível segui-lo de qualquer maneira. Ele quer homens e mulheres que o sigam de verdade e que livre e responsavelmente optem por ele. Tertuliano de Cartago, que morreu no ano 240, compreendeu muito bem essa exigência, dizendo que ninguém nasce cristão, mas torna-se um cristão. Não podemos continuar a dizer que somos cristãos sem que isso transforme nossas vidas cotidianamente. Vejamos, pois, o que nos propõe o Evangelho deste 23.º Domingo do Tempo comum, Lc 14,25-33.
“Se alguém vem a mim, e não dá preferência mais a mim que ao seu pai, à sua mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até mesmo à sua própria vida, esse não pode ser meu discípulo” (Lc 14,26). Jesus não pretende, com isso, desfazer os lares, nem eliminar o carinho e a convivência familiar. Mas recorda que se alguém coloca acima de tudo a honra de sua família, o patrimônio, a herança ou bem-estar familiar, não poderá ser seu discípulo nem trabalhar com ele no projeto de um mundo mais humano.
“Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,27). Em tempos desafiadores de crescente indiferença religiosa e de perseguição, os cristãos somos chamados a abraçar a cruz e a caminhar atrás de Jesus, a perseverar, a “nadar contra a corrente”, a ser fiel. Quem não está disposto a suportar o sofrimento pelo reino de Deus e da sua justiça, não pode ser discípulo de Jesus.
Se alguém “não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33). Como diz Pagola, se alguém só pensa em si mesmo e nas suas coisas e vive apenas para desfrutar seu bem-estar, se se preocupa unicamente com os seus interesses, que não se engane: não pode ser discípulo de Jesus. Falta-lhe a liberdade interior, coerência e responsabilidade para levá-lo a sério.
Neste fim de semana, quero recordar três grandes motivos para elevar preces a Deus: no dia sete, a comemoração do dia da Independência do Brasil em relação a Portugal e também os cinquenta anos da criação da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Adrianópolis (uma das 22 paróquias da Diocese de Paranaguá); e no dia oito, a realização do 25.º Grito dos Excluídos, cujo tema será: Lutamos por justiça, direitos e liberdade.
Lembremo-nos sempre: “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa – Jesus Cristo – que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decis