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Natal

Natal longe da família: Como superar a saudade?

O Natal é uma data cristã cheia de simbolismos. Psicóloga fala sobre como lidar com a ausência de familiares na data.

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O Natal é uma data que simboliza o amor e a união entre as pessoas, em especial as famílias, que se aproximam para celebrar o nascimento do menino Jesus. As pessoas ficam mais sensíveis e os sentimentos bons se entrelaçam, proporcionando a valorização da vida.

Mas nem tudo são flores. Para muita gente a data também representa saudade.

O parnanguara Paulo Sérgio Pontes de Souza, conhecido como Paulo Dolezinho, há 18 anos passa o Natal longe da família.

Ele está residindo em Campos dos Goytacazes e o trabalho como comerciante aumenta nessa época do ano impossibilitando-o de viajar. “Cada final de ano é um momento muito difícil para mim, por não poder estar junto das pessoas que amo. Sou uma pessoa muito ligada à família e fico triste nessa data tão especial por não poder estar com meus irmãos e sobrinhos”, contou.

Em 18 anos, Dolezinho teve a oportunidade de vir a Paranaguá duas vezes no meio do ano. “Eu choro só em relatar isso para vocês e saber que minha família vai ler. Sou emotivo e sinto falta de tudo que ficou em Paranaguá”, destacou Paulo, que mora no Rio de Janeiro com a esposa e três filhas.

DO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO

Edu Bauer, de 22 anos, sempre foi muito ligado à família. Teve uma vida inteira marcada pelo envolvimento com as artes, em especial, a música.

“Em 2017, eu tive que tomar uma decisão que iria mudar a minha vida. Tive que deixar Paranaguá e alçar voos maiores indo morar na Inglaterra. Se despedir não foi fácil. O abraço no aeroporto doeu muito, mas ao mesmo tempo trouxe a esperança de que existe um futuro melhor a nossa espera”, contou.

Foi pensando nisso que ele foi para a Europa começar uma nova vida, mas sem esquecer tudo que ficou para trás. “Esse vai ser o segundo Natal que eu vou passar longe da minha família. É muito difícil, sinto saudade, mas tenho muito apoio deles  e também dos amigos que estão sempre me incentivando a não desistir dos meus sonhos”, destacou.

No Reino Unido, o jovem fez novas amizades dando continuidade às atividades que realizava em Paranaguá com a música, ou seja, montou uma banda e já está cantando em bares. “Lidar com esse sentimento é algo que eu tive que aprender forçadamente, ninguém está preparado para desatar os nós destes vínculos que já tinham raízes no Brasil. Eu sei que algo muito bom está reservado para mim, acredito que se não sairmos da zona de conforto e nos aventurarmos não poderemos realizar nossos sonhos”, frisou.

 AMBIENTES FAVORÁVEIS

O Natal é uma data cristã cheia de simbolismos. É um período de reflexão, que agrega muitos significados, como solidariedade, perdão, compromisso e confraternizações. Grande parcela da população busca comemorar junto aos seus entes queridos.

No entanto, em alguns casos isso se torna inviável e é necessário se ausentar do convívio familiar no período. Seja pela distância geográfica, emocional, entre outros.

A psicóloga Jadja Ruhaoff, que atua no Hospital Regional do Litoral, falou sobre essa questão.

“Analisando o caso de pessoas institucionalizadas, por exemplo, em internação hospitalar, abrigos, entre outros, verificamos que aquelas que contam com suporte emocional de rede social de apoio, conseguem passar por esta fase com mais facilidade, criando memórias positivas”, explica.

Segundo a psicóloga, as equipes de trabalho podem fazer toda diferença. “Os profissionais que necessitam trabalhar nesta data podem, através de sua conduta, criar ambientes favoráveis, pois compartilham o momento com os clientes do serviço. A decoração dos locais também ajuda a  imprimir o espírito natalino de amor e solidariedade. Ao contrário do que é pensado, os casos de suicídio não aumentam nesse feriado, tendo em vista que o convívio com pessoas significativas é um fator de proteção. Cabe ressaltar que a rede de suporte emocional é pessoal e criada ao longo da vida. Ou seja, às vezes é mais saudável estar afastado de uma família disfuncional do que seguir a tradição das reuniões”, aponta.

Jadja ressalta, ainda, que especialmente durante a infância são criadas e fortalecidas crenças sobre o Natal e outras datas como aniversários, as quais são carregadas até a vida adulta e que podem reproduzir o que foi vivenciado. “Em síntese, o Natal está associado ao amor. Se este sentimento estiver presente, a experiência poderá se tornar positivamente inesquecível”, finaliza.

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