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Natal

Natal no Mato chega a sua 34.ª edição e atende mais de 1.200 crianças

Emoção, reencontros e alegria tomam conta das entregas dos presentes

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Presentes de Natal para as crianças no mato. Assim começou em 1985 o Natal no Mato que neste ano chega a sua 34.ª edição ininterrupta. Nesta edição, as entregas aconteceram no dia 15 de dezembro.

Jorge Cancella é um dos idealizadores e faz as entregas de presentes desde a primeira edição do evento

O presidente do Moto Clube Paranaguá, Jorge Luiz Guilherme Cancella, um dos idealizadores do evento, destaca que neste ano aproximadamente 1.200 crianças foram beneficiadas pela ação.

“Estávamos divididos em cinco equipes, e cada uma delas foi para uma localidade diferente, tornando as entregas mais fáceis, ágeis e funcionais, pois cada um de nós já está acostumado com seu trecho, pois sabemos dos detalhes de determinada trilha ou estrada. Certamente uma pessoa estranha ao evento não conseguiria fazer as entregas. Temos todo cuidado de dentro do possível atender a todas as crianças por onde passamos, pois a pior coisa que existe é o Papai Noel passar ou o motociclista que está entregando o brinquedo, e deixar de atender uma criança pela localidade. Como estamos acostumados a passar por estes locais, sabemos o número de crianças que moram na casa, mesmo um deles não estando naquele momento, deixamos os brinquedos, para evitar frustrações”, enfatiza Cancella.

As cinco equipes também são reconhecidas pelas cores dos gorros do Papai Noel. “Para que pudéssemos nos organizar, pois muitas vezes acabamos nos encontrando na estrada, então resolvemos dividir as equipes por cores. Por exemplo, a minha equipe utiliza o gorro vermelho, a que vai para Limeira o gorro é azul, a que vai subir a serra é verde, e assim vai, isso facilita para a identificação”, comenta.

Cinco equipes estiveram distribuindo brinquedos nesta edição em trilhas da serra do mar, sambaqui, KM 19 em Alexandra, Colônias, estrada de Alexandra, Morro Ingles, Maria Luiza e Limeira dentre outras

O grupo sai de Paranaguá e faz a região. Depois segue para Morretes, algum trecho de São José dos Pinhais, pois a estrada da Limeira passa por lá e corta Guaratuba, e acaba em Garuva Santa Catarina. “Dentro desses municípios existem localidades, como, por exemplo, para o lado de Morretes tem Anhaia e Sarapiá, e a gente coloca muito apelido nas trilhas, trilha Profissão Perigo, trilha Dona Maria, nomes assim muitas vezes acabam não identificando bem a localidade, para o leigo que não é do ramo e que não é das trilhas, fica muito difícil de achar. Mas são várias localidades que acabamos atendendo, eu acredito que foram algo em torno de 20”, conta Cancella, que faz esses percursos anualmente desde o início dessa ação solidária.

"Ao longo desses trinta e poucos anos as coisas vão mudando e nós também. Hoje tenho uma visão diferenciada da que eu tinha no início, por exemplo, eu tinha como Natal do Mato aquele compromisso de ir, mas como sempre estava na parte estratégica eu que sabia os trechos, casas e a quantidade de crianças. Depois, alguns amigos por um motivo ou por outro foram se afastando e aí foi entrando um pessoal mais novo que não tinha muito conhecimento das trilhas. Então, encabeçava aquilo como uma missão, e acabava não vendo o lado mais importante que é o sentimental da coisa, ou seja, quando faltava alguma coisa ou alguém não conseguia entregar, como por exemplo, não desceu na trilha Profissão Perigo, pois estava chovendo. Nós vamos lá. No dia seguinte eu, o Mikoda mais uns dois ou três para fazer aquilo exclusivamente. Hoje, se acontecer certamente vamos de novo. Por experiência, sabemos que aquela criança que está ganhando o brinquedinho, quer, além disso, o carinho especial, por exemplo, um sorriso apenas”, destaca.

Ele também enfatiza que com a modernidade e a tecnologia chegando aos locais mais afastados, as crianças também querem fazer o registro com fotos. “Graças a Deus está dando para perceber que com o tempo eles também estão melhorando de vida. Uma coisa interessante que observamos são que as crianças que estão na trilha 90% estão bem arrumadas, elas sabem que naquele dia vamos passar por ali e se preparam para aquele dia especial. Os pais nos contam que não dormem direito pela ansiedade. Temos essa nossa grande missão, que é não quebrar esse sonho, não deixar passar em branco a data e não deixar uma criança sem brinquedo. Para isso agradecemos a todos que nos ajudam e nos ajudaram nestes 34 anos, pois contribuem para manter este espírito de Natal vivo no coração de cada um deles, que hoje já são pais e avós, e quando nos veem nos remetem ao seu tempo de criança, fazendo questão de que seus filhos nos recebam de braços aberto. Um Feliz Natal a todos e até o ano que vem”, agradece Cancella.

HISTÓRICO

A campanha iniciou no Natal de 1985. A ideia surgiu quando Jorge Cancella e alguns colegas de trilha e trabalho Nilzon Külkamp, Ismael dos Santos, Manuel Clemente (in memorian) e José Carlos Pienta subiam por uma estradinha no local conhecido como Mundo Novo. Algumas crianças que moravam nas imediações ao ouvirem o ronco das motos, como sempre faziam, correram acenando e “fazendo festa” para os trilheiros. Ao chegarem na lanchonete no alto da serra, comentaram sobre fazer uma “vaquinha” entre eles para comprar alguns presentes para darem aquelas crianças no Natal que se aproximava, era novembro de 1985.

No dia seguinte, ao comentarem com outros colegas no local de trabalho (Terminal da Petrobrás de Paranaguá) surgiu uma lista de colaboradores que passou por vários setores e a arrecadação foi bem maior do que se imaginava a princípio. Foram comprados carrinhos, bonecas e bolas; num total de quase 200 brinquedos. As entregas este ano foram realizadas no dia 15 de dezembro.

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