Em 17 de dezembro de 1905 nasceu um ilustre Parnanguara chamado Bento Munhoz da Rocha Neto. Era filho do também conhecido Caetano Munhoz da Rocha e Olga Carneiro de Souza Munhoz da Rocha. Cursou o primário no Colégio São José em Paranaguá e o secundário no Ginásio Diocesano Lazarista em Curitiba. Depois formou-se em Engenharia Civil na Universidade Federal do Paraná. Casou com Flora Camargo Munhoz da Rocha.
Além de uma carreira dedicada ao magistério, era um excelente escritor e exerceu ainda importantes cargos políticos, tais como Governador do estado do Paraná de 1950 a 1955, Deputado Federal e Ministro da Agricultura. Seu “Curriculum” é vasto e daria para escrever inúmeras páginas sobre isso, porém, aqui gostaríamos de retratar a sua força de vontade e a sua ternura, por sempre estar envolto em atividades na sua própria terra natal, mesmo que fosse um político conhecido em nível nacional.
Não deixava de prestigiar Paranaguá nos mais variados eventos. Participou em 17 de março de 1955 do translado da histórica imagem de Nossa Senhora das Mercês da Igreja de São Benedito, onde se encontrava desde 1700, para uma nova capela na Ilha da Cotinga (FREITAS, 1999), envidou esforços para a restauração do Colégio dos Jesuítas, hoje Museu de Arqueologia e Etnologia – MAE, administrado pela UFPR, participou da instalação do Centro de Letras de Paranaguá em 1963. No livro de Alceo Tramujas (1996) estão citadas palavras do próprio Bento Munhoz da Rocha Neto, que demonstra o seu respeito por Paranaguá: “…O Paraná adquiriu caráter próprio no Planalto, mas nasceu, perpetuou-se, lançou raízes indeléveis entre a serra e o mar.”
Faleceu em Curitiba no dia 12 de novembro de 1973. Sobre essa passagem, TRAMUJAS (1985) retratou muito bem em sua obra “Vivências” o que seria a ausência de um verdadeiro político como Bento Munhoz da Rocha Neto: “O Estado é a resultante de uma conjugação de forças vivas e de um conglomerado de valores que mantêm inabaláveis, as mais lídimas aspirações de bem viver de toda uma coletividade. Assim pois, quando uma delas desaparece pelo fatalismo da morte física, o Estado todo se curva, e genuflexo pranteia a partida de quem ganhou por sua cultura, seu amor à terra, sua dedicação à coisa pública, sua ilibada formação moral e, sobretudo, por seu enorme coração, a gratidão que se aloja nos contrafortes da alma coletiva.”
Guadalupe Vivekananda Fabry
Presidente – IHGP