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Fábio Campana

Fabio Campana

O presidente Michel Temer decidiu não renunciar. Pretende enfrentar a maior crise política-institucional da história do Brasil e permanecer no cargo…

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A crise se aprofunda

O presidente Michel Temer decidiu não renunciar. Pretende enfrentar a maior crise política-institucional da história do Brasil e permanecer no cargo, mesmo sabendo que perde apoios substanciosos no Congresso e que pode ficar sem condições de governar diante de tantos pedidos de impeachment contra ele.  O risco é que o Brasil mergulhe em uma nova recessão sem nem ter saído direito da que se estendeu por 11 trimestres até o fim de 2016.

Ao acertar o presidente Michel Temer, a delação do empresário Joesley Batista, da JBS, deve atingir também a confiança de consumidores, empresários e investidores, que vinha aumentando e era um dos principais motores da morna recuperação econômica. Esse perigo existe porque as causas para o otimismo incipiente em relação ao Brasil – inflação e juros em queda e expectativa de aprovação de reformas – podem sofrer um revés com a percepção de possível impedimento de Temer.

Essa reversão tende a ser severa porque, em momentos de grande incerteza, a fuga de recursos do mercado financeiro exacerba as variações de indicadores importantes, como a taxa de câmbio e os preços de ações negociadas na Bolsa. Movimentos desse tipo costumam ter efeito em cascata sobre a economia. A desvalorização da moeda, por exemplo, normalmente se traduz em inflação mais alta, diminuindo o poder de compra da população.

Impeachment

Não resta outra alternativa a não ser a instauração de um processo de impeachment ou o rápido julgamento da ação que cassa a chapa Dilma-Temer pelo TSE e posteriormente pelo STF, disse o senador Alvaro Dias diante da decisão de Michel Temer de não renunciar. A saída de Temer é a solução menos traumática, diz ele. Segundo o senador, o Brasil vive “uma tragédia moral” porque providências não foram adotadas em seu devido tempo.

Podridão

O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, afirmou na noite de quarta-feira, 17, que “ninguém mais aguenta toda essa podridão”. O “desabafo”, para usar as próprias palavras do procurador da República, foi publicado em sua página pessoal no Facebook, após a divulgação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer.

Inadmissível

Dallagnol irritou-se profundamente com a revelação de que Joesley Batista teria encontrado Temer no dia 7 de março no Palácio do Planalto. O empresário teria registrado a conversa com um gravador escondido. Batista disse ter contado a Temer que estava pagando a Cunha e ao lobista Lúcio Funaro para ficarem calados. O presidente, segundo o empresário, responde: “Tem que manter isso, viu?”.


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