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Fábio Campana

Fábio Campana

Este grave momento da vida nacional deverá passar à história como aquele em que a irresponsabilidade e o oportunismo prevaleceram sobre o…

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Hora dos crápulas

Este grave momento da vida nacional deverá passar à história como aquele em que a irresponsabilidade e o oportunismo prevaleceram sobre o bom senso e sobre o interesse público. Tudo o que se disser agora sobre os desdobramentos do terremoto gerado pela delação do empresário Joesley Batista, em especial no que diz respeito ao presidente Michel Temer, será mera especulação. Mas pode-se afirmar, sem dúvida, que a crise é resultado de um encadeamento de atitudes imprudentes, tomadas em grande parte por gente que julga ter a missão messiânica de purificar a política nacional. A consequência é a instabilidade permanente, que trava a urgente recuperação do País e joga as instituições no torvelinho das incertezas – ambiente propício para aventureiros e salvadores da pátria.

Imunidade completa

Nem denúncia criminal, nem tornozeleira eletrônica, nem prisão. A imunidade dos irmãos Batista será completa, segundo o que dizem as fontes próximas dos executivos. E como se já não fosse muito, a dupla poderá continuar no comando de suas empresas.

Absurdo

Em retribuição a esse perdão, tipo negócio de pai para filho, Joesley combinou entregar as gravações com Michel Temer e Aécio Neves e os negócios ilegais feitos pela companhia (?). A multa, que ainda não é definitiva e pode sofrer alteração, para mais ou para menos, tipo pesquisa do Ibope, é de R$ 250 milhões.

Lá também

Os Estados Unidos, novo lar dos Batista, também costumam dar imunidade para empresas que se “autodenunciam” e entregam provas, um facilitador que está ajudando muito a JBS nas negociações que estão em curso com as autoridades americanas. Hoje, quase metade da produção global do grupo hoje fica nos Estados Unidos.

 

 ‘Ótimo, Ótimo!’

Os áudios gravados por Joesley Batista, da JBS, revelam que o presidente Michel Temer (PMDB) ouviu, sem fazer objeção nem depois reportar aos órgãos competentes, um relato de um empresário — dono de um grupo que foi alvo de cinco operações da Polícia Federal em menos de um ano — com detalhes sobre mecanismos usados por ele para obstruir a Justiça, como a cooptação de juízes e procuradores. Temer também escutou, sem repreender o interlocutor, declaração sobre pagamentos ilegais ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB).

Em um dos trechos mais explosivos da conversa, Joesley relata a Temer que está interferindo nas investigações contra ele, ao que o presidente responde “Ótimo, ótimo”.

Fim dos partidos

Diante das denúncias de corrupção que assolam o País em quase dois anos é muito provável que o PMDB e o PSDB tomem o mesmo rumo que o PT e sofram sucessivas derrotas nas próximas eleições. Caberá aos outros partidos saberem aproveitar da melhor forma os eleitores supostamente fiéis e desiludidos desses partidos.

Presos

Após o recebimento da gravação dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista ao ministro do STF – Supremo Tribunal Federal e relator da Lava Jato, a Polícia Federal agiu rápido e decretou vários mandatos de prisão que foram cumpridos na manhã de quinta-feira. Os presos são Andrea Neves, irmã de Aécio Neves, Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, Mendherson Souza Lima, assessor de Zezé Perrella (senador), Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro, Ângelo Goulart, procurador e o advogado Willer Tomaz.

Negada

O ministro do STF – Supremo Tribunal Federal – Edson Fachin, negou o pedido de prisão de Aécio Neves. A decisão pode ser revertida caso o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, autor do pedido, decida recorrer.

Facilitando o trabalho

Com a provável renúncia do presidente Michel Temer, o julgamento da cassação da chapa Dilma/Temer que seria retomada no próximo dia 6 será encerrada, não será necessário perder tempo em uma coisa que já estará definida.

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