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Porto de Paranaguá - 88 anos

Nova Ferroeste deverá ampliar em 60% modal ferroviário no Porto de Paranaguá

Projeto cria nova ligação de Maracaju com o Porto de Paranaguá

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Foto: Rodrigo Félix Leal/AEN

O modal ferroviário deverá ser em questão de anos uma das principais formas de expansão na logística de ligação da produção de todo o Brasil e seu escoamento no Porto de Paranaguá. Para que isso se concretize, em 2022 avanços foram realizados para que o projeto da Nova Ferroeste cada vez fique mais perto de se tornar uma realidade concreta, com trilhos e trens e uma nova ligação entre Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e o Porto de Paranaguá, criando também dois ramais de Cascavel até Chapecó – SC e Foz do Iguaçu, que faz fronteira com a Argentina e o Paraguai. 

“Em 2022, dois pontos principais marcaram o projeto da Nova Ferroeste: o edital do leilão e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) debatido com a sociedade. Agora, o edital passa pela revisão final e o Governo do Paraná faz algumas melhorias no projeto a pedido do Ibama. Assim que estiverem concluídos, será dado seguimento ao licenciamento ambiental”, afirma a assessoria da Nova Ferroeste. Atualmente, a Ferroeste opera entre Cascavel e Guarapuava, mas a intenção atual do Estado é expandi-la de forma ampla não somente no Paraná, como também no Brasil. 

Ao todo, a Nova Ferroeste contempla 1.567 quilômetros de trilhos que vão passar por 66 municípios nos três estados do Brasil. “O projeto é transformador, vai mudar a realidade do País e deixar um legado para as futuras gerações”, ressalta  Luiz Henrique Fagundes, coordenador do Plano Estadual Ferroviário. “Hoje um contêiner refrigerado que sai de Cascavel leva cinco dias para chegar ao Porto de Paranaguá, com a Nova Ferroeste esse tempo cai para 20 horas. A produção brasileira se torna mais competitiva, as empresas crescem e geram empregos, se cria um ciclo virtuoso”, completa.

“Cerca de 70% dos produtos que vão circular pelos trilhos seguirão para exportação. Dados do Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) mostram que este será o segundo maior corredor de grãos (a maioria soja) e contêineres refrigerados (proteína animal) do País. Hoje somente 20% da carga que chega ao Porto de Paranaguá vem de carona nas locomotivas. A participação do modal ferroviário deve passar para 60% com a execução da obra e o tráfego de trens em Paranaguá pode triplicar”, informa a Nova Ferroeste.

Nova Ferroeste: proposição do Governo do Estado

A Nova Ferroeste é uma proposição do Governo do Paraná.”O projeto recebe ampla aprovação, principalmente do setor produtivo, que prevê ganho em agilidade e redução de custos no transporte de produtos, com grande impacto na economia. A região Oeste será uma das mais beneficiadas, segundo avaliação de empresários”, detalha a assessoria.

“Em Cascavel estamos distantes de Paranaguá, a dificuldade logística é grande e esse projeto nos dá entusiasmo. A ferrovia vai atrair novos investimentos, principalmente no agronegócio, porque a região é muito rica e tem mão de obra”, ressalta Genésio Pegoraro, presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC) . Segundo o governo estadual, o oeste paranaense concentra algumas das maiores empresas de alimentos do Brasil, especialmente a cooperativa de proteína animal. “Hoje, apenas 2% de tudo que chega por trilhos ao Porto de Paranaguá têm origem nessa região”, salienta. 

Fase atual

Em 2022, o edital do leilão foi lançado e foi discutido Estudo de Impacto Ambiental (EIA) com a sociedade paranaense. Leilão deverá ocorrer neste ano (Foto: Rodrigo Félix Leal/AEN)

Segundo o Estado, a fase atual do projeto é de licenciamento ambiental e ele deve ser encaminhado para leilão na B3 em 2023. “Com a autorização, pequenos empreendedores poderão construir pequenas linhas até a ferrovia principal, agilizando essa modalidade mais sustentável de transporte de cargas”, afirma a Nova Ferroeste.

“A Nova Ferroeste vai proporcionar um salto de qualidade logística. Hoje, a Ferroeste cruza a região Oeste e liga os municípios de Cascavel e Guarapuava (248 quilômetros), de onde a carga segue pela Malha Sul até alcançar o Porto de Paranaguá. O projeto da Nova Ferroeste mescla o contrato de concessão, do final da década de 1980, com quatro contratos de autorização firmados com o governo federal em 2021”, detalha. “O investimento estimado é de R$ 35,8 bilhões. O vencedor do leilão, previsto para 2023, vai executar as obras e operar a malha ferroviária por 99 anos”, destaca a assessoria.

De acordo com o governo estadual, “as obras estão contabilizadas no orçamento total do projeto e serão realizadas pela empresa ou consórcio vencedor do leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, previsto para o segundo semestre desse ano”, completa.

Benefícios para a cidade

Além da questão logística e portuária, a Nova Ferroeste prevê investimento em viadutos e melhorias ferroviárias na área urbana. “O Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) indicou a necessidade de melhorias na estrutura urbana da cidade para receber as locomotivas. A construção de um viaduto ferroviário na Avenida Roque Vernalha e um viaduto rodoviário na Avenida Coronel Santa Rita vai dar maior fluidez ao trânsito. O investimento também prevê a requalificação de 10 quilômetros da linha férrea atual até o acesso ao Porto, com a troca completa de trilhos e dormentes”, finaliza a Nova Ferroeste.

Com informações da AEN

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