Paranaguá 374 anos

Santuário do Rocio, o lugar sagrado dos parnanguaras e dos paranaenses

Número de devotos à Nossa Senhora do Rocio tem crescido e a imagem da padroeira está cada vez mais conhecida no Brasil e no exterior

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Há um lugar em Paranaguá em que as pessoas buscam paz, reflexão e fortalecimento da fé. O Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio tem mais de 100 anos de existência e a devoção a Nossa Senhora aumenta de tempos em tempos, principalmente dentro das famílias, que passam de geração para geração esse amor à Mãe do Rocio.

Considerada a padroeira do Estado do Paraná, a imagem fica no interior do santuário, e ao longo do ano, o templo religioso recebe muitos devotos que buscam estar perto da imagem oficial. A Folha do Litoral News entrevistou o reitor do Santuário, o padre Dirson Gonçalves, que respondeu porque o santuário é considerado o lugar sagrado dos parnanguaras e dos paranaenses. “Aqui foi encontrada a imagem de Nossa Senhora do Rocio. Inclusive a data do encontro (1648) coincide com a idade da cidade de Paranaguá. No ano de 1977, o Papa Paulo VI decretou que Nossa Senhora do Rocio era a padroeira do Paraná. Então, na verdade, Paranaguá além de ser a “cidade mãe do Paraná” é também a “capital da fé dos paranaenses”. Para nós, católicos, esse lugar da aparição da imagem é um lugar sagrado, por isso recebeu o nome de santuário”.

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Foto: Divulgação Santuário do Rocio

Sobre a devoção e a fé atribuídas à padroeira do Paraná, que está localizada em Paranaguá, o missionário redentorista reforçou que o lugar, além de ser especial, foi escolhido por Deus. “Aqui é um lugar muito especial, de onde irradia espiritualidade. Não dá para fazer uma explicação humana porque é uma realidade espiritual, divina. Poucos lugares do mundo tiveram a oportunidade de serem lugares escolhidos por Deus para uma aparição de Nossa Senhora, e Paranaguá é um desses poucos lugares”, destaca.

Em novembro, ocorre a grande Festa em Louvor a Nossa Senhora do Rocio, mês em que o santuário fica movimentado de fiéis durante todo o período. Segundo o líder religioso, o santuário tem buscado promover outros momentos para aproximar os devotos em todos os meses do ano. “Nós temos promovido outros momentos, além de novembro, para que os parnanguaras possam visitar esse lugar e fazer sua devoção, suas orações e pedidos. Por exemplo, temos todas as sextas-feiras, a novena dedicada à santa em três horários: 6h, 15h e 19h. Nesse horário das 6h tem um grupo que vai caminhando toda semana, desde a Praça dos Leões, no centro da cidade, até o santuário para fazer a novena. Esses momentos são importantes durante o ano, para marcar a importância do lugar e aumentar a fé de nosso povo”.

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Foto: Santuário do Rocio

Pandemia

Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou situação de pandemia do novo Coronavírus. Em um dos momentos mais críticos da pandemia, a Imagem oficial circulou pelas principais ruas de Paranaguá e também seguiu até Curitiba. As pessoas, de forma geral, recorriam à fé e à espiritualidade para que, em corrente de oração, pudessem buscar esperança de dias melhores para a humanidade. “As pessoas em geral passaram por momentos muito delicados durante a pandemia. É perceptível o aumento da fé nas pessoas e o aumento da procura para viver uma religião mais fervorosa. Essas peregrinações da imagem fizeram as pessoas se lembrarem de que existe algo espiritual, místico, que preenche esse vazio existencial deixado pela pandemia e pela crise humanitária”.

De acordo com o padre Dirson Gonçalves, o número de devotos à Nossa Senhora do Rocio tem crescido e a imagem da padroeira está cada vez mais conhecida no Brasil e no exterior através das mídias sociais. “Por causa da pandemia nós investimos muito em comunicação. As nossas transmissões de missas e novenas têm atingido pessoas das mais diferentes localidades dentro do Brasil e no Exterior. Graças a Deus a devoção tem aumentado e o nosso santuário e a imagem da padroeira têm sido cada vez mais conhecidos. Isso é muito bom, porque essa é a missão da Igreja Católica: levar às pessoas a informação de que existem esses lugares especiais de peregrinação, oração e fé”.

Perguntado sobre algum fato específico ou alguma história de devoção que ocorreu na cidade de Paranaguá através da Mãe do Rocio, o Reitor do Santuário comentou que algumas manifestações de carinho à padroeira chamaram a sua atenção. “Não diria um fato específico, mas alguns aspectos dessa devoção me chamam a atenção. Primeiro que é uma devoção enraizada na história das famílias. É comum ouvir que os avós eram devotos, passaram para os filhos, que passaram para os netos e assim vai. São gerações que batizam os filhos aqui no santuário e que essa ligação afetiva e efetiva continua por muitos anos. Tem muitas mulheres que tem Rocio no nome. Isso é muito legal. Depois, outra coisa que me chama a atenção, no período da festa em novembro, é que a imagem visita às empresas, os órgãos públicos e vários locais da cidade. Quando a imagem chega todos respeitam, acolhem e se emocionam. Já presenciei até pessoas evangélicas, espíritas que tem um profundo respeito pela imagem. Ela toca os corações”.

Mensagem

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O padre Dirson Gonçalves aproveitou para parabenizar a Cidade-Mãe do Paraná, que acolhe a imagem do Rocio e que é a capital da fé dos paranaenses. “Quero parabenizar a cidade e todos os seus habitantes porque tem a honra de guardar aqui uma imagem sacra, um santuário centenário, que fazem parte da cultura, da história, da religiosidade da cidade, do Estado e do País. Se Paranaguá tem um símbolo que é importante para todo um povo, esse símbolo é o Santuário do Rocio com sua imagem sacra. Parabéns a todos por isso. Eu vim morar aqui por esse motivo, para trabalhar nesse santuário. Embora seja sul-mato-grossense, já tenho no coração um pouco de parnanguara, porque estou já enraizado nessa mística que envolve a todos os paranaenses. Que Nossa Senhora do Rocio peça lá no céu, que Deus abençoe cada vez mais o nosso povo, principalmente os parnanguaras. Parabéns pelos 374 anos de história, amor e devoção”.

Padroeira dos paranaenses

A devoção à Nossa Senhora do Rocio surgiu em 1648, quando Paranaguá ainda era um grupo de pescadores que vivia na baía da cidade. Durante uma pescaria, a imagem da santa foi encontrada e levada por um dos pescadores para casa. Lá, ele, seus familiares, amigos e vizinhos iniciaram orações perante a imagem por perceberem que se tratava de algo sagrado e, a partir daí, obtiveram conquistas.

Com fiéis já espalhados pelo Paraná e em diversas regiões do Brasil, em 1977 um grupo de bispos se reuniu e solicitou ao Papa Paulo VI, no Vaticano, que a Santa fosse declarada padroeira do Paraná, pedido que foi atendido pelo Pontífice. Ao retornarem de Roma, o grupo conseguiu junto aos deputados estaduais um projeto de lei que decretasse esse título à Nossa Senhora do Rocio. O projeto foi aprovado por unanimidade e a lei foi sancionada pelo então governador Jayme Canet.

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Santuário do Rocio, o lugar sagrado dos parnanguaras e dos paranaenses

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