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Paranaguá 374 anos

Paranaguá e porto: dois gigantes que caminham juntos

Evolução da cidade e da empresa pública passa pela dedicação de trabalhadores

Foto: Divulgação Portos do Paraná

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Não tem como falar de um, sem falar do outro. Paranaguá e seu porto são personagens que evoluíram juntos para chegar na projeção que possuem hoje. Paranaguá com suas riquezas naturais e históricas foi palco para os recordes e destaque que o porto ocupou ao longo dos anos. O porto, por sua vez, com seu potencial leva o nome de Paranaguá para todo o mundo. E tudo isso só foi possível realizar pela força do trabalho de muita gente que se dedicou ao crescimento desses dois gigantes. Alguns trabalhadores mais antigos do Porto de Paranaguá contaram como ocorreu e ainda ocorre essa evolução.

“Seu Tramujas”

Antônio do Carmo Tramujas Neto, 72 anos, o “seu Tramujas”, como é conhecido, é formado em Engenheira Mecânica e colaborador no porto desde 1974. Para ele, ser portuário já é tradição de família. Estou há 48 anos no porto. Meu filho Cézar trabalha há 13 anos na área administrativa e, agora, minha filha Manoella acabou de ser convocada do concurso de 2017 para a área jurídica”, conta, empolgado, sobre a participação da família nos portos paranaenses.

Durante sua história na Portos do Paraná, Tramujas atuou em diversas áreas. Mas como um bom engenheiro, guarda mesmo na memória as mudanças que ocorreram ao longo do tempo, principalmente na operação portuária.

“Um exemplo significativo em relação aos dias atuais são os armazéns que eram construídos próximos aos navios. Não existiam equipamentos modernos que hoje predominam na operação portuária”, lembra, ao citar os trabalhadores portuários avulsos, os TPAs.

Depois de atuar em diversas funções, Tramujas passou a atuar na Diretoria de Engenharia e Manutenção da empresa pública onde está atualmente. “Foi a única empresa em que, com muita dedicação, trabalhei profissionalmente”, diz. “O Porto é um grande navio que navega sozinho. Basta estar com máquina bem azeitada e, evidentemente, direcionado no rumo de um ancoradouro seguro. Daí a importância de um grande comandante no seu timão, como é o caso do meu porto, digo, do nosso porto. Isso nos enche de orgulho, principalmente por fazermos parte de uma tripulação, mesmo como um mero marinheiro”, observou Tramujas.

Nilson Viana

Há 52 anos, Nilson Viana se dedica aos Portos do Paraná. Aprovado no concurso público em maio de 1970, o servidor diz que dedicou ao menos 20 anos à área de operações portuárias. Um dos portuários mais antigos dos quadros da empresa pública, Nilson diz que pensou em fazer medicina, mas optou por outros cursos que mais tarde contribuíram para sua jornada nos portos paranaenses.

“Fiz vestibular para Economia, passei. Fiz vestibular para Comércio Exterior, passei. Em 70, quando eu voltei para Paranaguá, pois estava morando em Curitiba, houve o concurso do porto”, conta. “A minha família passou a depender de mim. Aí eu pensei: bom, se Deus me deu esse caminho, vou seguir. Sempre pensando na frente, tentando ser inovador. Foi onde fiz minha carreira”, disse Nilson.

Desde seu ingresso na atividade portuária até os dias atuais, diz Nilson, ocorreram diversas mudanças significativas com o avanço da tecnologia. “A diferença é muito grande. Quando entrei aqui, para você ter uma ideia, toda a movimentação de cereais era feita no costado do navio. Com o corte da sacaria, com o vagão descarregando direto”, explicou.

Depois de acumular bagagem em diversos setores, Nilson passou a ser chefe de Gabinete da Presidência, função que exerce há 10 anos e ao longo de três diferentes gestões. O portuário relembra momentos decisivos na história como a implantação da Lei de Modernização de Portos.

“Os portos passaram a ser genuinamente fiscalizadores e implementadores da logística portuária, deixando a operação para os operadores. Graças a Deus conseguimos fazer essa movimentação sem que se perdesse um único emprego, o que era um grande receio da classe trabalhadora”, afirmou.

Para Nilson, o Porto de Paranaguá é definido como o grande desenvolvedor do Paraná e das cidades que estão no seu entorno. “Todos dependem do porto. O comércio da cidade, a agropecuária, o pessoal de contêineres, de granéis. Então o porto é esse polo que atrai investimentos e devolve com renda para a população”, justificou.

Ao definir qual a importância dos portos do Paraná em sua vida, Nilson é só gratidão. “O porto é minha família. Minha casa de trabalho onde tirei todo o meu sustento. Consegui formar minhas filhas, ter uma vida tranquila. Fora isso é minha dedicação. Eu conheço cada tijolinho que tem aqui”, finalizou.

Kozo Kawata

Um dos funcionários mais antigos do Porto de Paranaguá, Kozo Kawata começou a trabalhar no local em 1970, e participou de eventos históricos. “Tive a felicidade de testemunhar e participar da marcante evolução do Porto de Paranaguá. Pude acompanhar a implantação de terminais de exportação e importação de granéis sólidos, granéis líquidos, terminal de contêineres e de veículos, abertura do Canal da Galheta, dragagens de manutenção e aprofundamento, reforma de cais e construção de novos trechos”, contou o engenheiro mecânico.

Durante a jornada nos portos do Paraná, Kozo relembra o crescimento de produtividade e da grandeza do Porto. “No último meio século, a movimentação de cargas cresceu de 2.750.000 t em 1970 para 57.345.000 t em 2021. E o comprimento de cais mais piers, no mesmo período, cresceu de 2.605 m em 1970 para 4.970m em 2021”.

Kozo disse que é importante identificar que a produtividade se deu pela evolução de parâmetros, sistemas e regimes operacionais, tais como: Novas profundidades e crescimento do porte dos navios; Arrendamentos e privatizações; Ampliação das áreas portuárias e instalações terrestres; Crescimento das áreas e produtividade nas regiões produtoras; Ampliação e modernização do sistema de transporte terrestre (rodovias e ferrovias); Sistema operacional de múltipla integração de terminais através de um eixo público de uso comum.

Com mais de 50 anos dedicados ao Porto, Kozo faz questão de lembrar a contribuição de todos que participaram da construção ao longo de todo o período. “Nesta história de amor com o Porto de Paranaguá todos se somaram, cada qual a seu tempo e missão, para juntos participarmos da moldagem desse caminho de desenvolvimento do pulmão de riquezas do Paraná e ao mesmo tempo de vida, nos últimos 50 anos”, destacou.

“E continuamos participando com empenho e motivação do seu marcante progresso, onde foram e continuam sendo determinantes o empreendedorismo, o apoio e a ajuda dos diretores de cada gestão, empresas e governos”, concluiu Kozo.

Com informações do Porto de Paranaguá
Fotos: Claudio Neves/Portos do Paraná

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