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Educação

Projeto valoriza cultura parnanguara e melhora leitura dos alunos

Professoras da Escola Municipal Hugo Pereira Correia contam os desafios de ensinar as novas gerações.

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Observando a ausência do hábito da leitura entre os alunos do 3.º ano da Escola Municipal Hugo Pereira Correia, as professoras Paula Frison e Tatiane Gonçalves tiveram uma ideia. A cultura parnanguara foi a ferramenta utilizada pelas profissionais para aplicar o conhecimento e aperfeiçoar a leitura. A iniciativa é uma amostra das novidades que os professores de hoje precisam oferecer diariamente em sala de aula para cativar as novas gerações.

Os resultados não demoraram muito para aparecer. Iniciado em junho, o projeto já é um sucesso na escola, sendo percebido também por outros professores, já que o aperfeiçoamento da leitura no período da tarde, contribuiu com o ensino aplicado no período da manhã.

“Percebemos que nossos alunos estavam com muitas dificuldades em ler e escrever e nós somos apaixonadas por cultura parnanguara. Em uma capacitação oferecida pela Secretaria Municipal de Educação, aprendemos muito sobre o tema e resolvemos trabalhar. Temos comida típica, a história dos casarios, dos sambaquis e nós tentamos fazer com que eles buscassem esses conhecimentos”, contou a professora Paula. O projeto foi incluído no Sefe (Sistema Educacional Família e Escola) e classificado em um concurso realizado em todo o Paraná.

As crianças, que possuem de nove a 10 anos e fazem parte do ensino integral, aprovaram a ideia e se envolveram com as atividades. “A melhora que eles tiveram na leitura fez valer a pena todo o nosso ano. As outras professoras agradeceram, pois há um trabalho em conjunto que deu muito resultado. Na semana passada, tomei a leitura deles e fazemos uma ficha de acompanhamento e todos melhoraram. A gente percebia que eles conheciam as letras e as famílias silábicas, mas na hora de formar a palavra não assimilavam”, relataram Paula e Tatiane.

PROFESSOR DE HOJE

A escola exige do professor de hoje mais dinamismo, inovação e integração, fazendo com que as crianças participem do ensino. “A gente precisa fazer com que o aluno seja protagonista do seu aprendizado, porque faz com que ele queira buscar mais. Hoje, nós fazemos até pesquisa na Internet com eles. Temos que valorizar o que o aluno traz de casa, para ele se sentir importante. E nós também aprendemos muito com eles, é uma troca. Hoje, o professor não é mais o único dono do conhecimento”, disse Paula.

Segundo Tatiane, os alunos possuem muitas informações e isso muda todo o relacionamento entre professor e aluno na sala de aula. “Antigamente, se achava que o aluno na escola era uma 'tabula rasa'. Hoje, temos essa consciência de que o aluno tem uma bagagem muito grande e temos que explorar isso. Quando falamos sobre mangue, existem muitas crianças que sabem mais que a gente, por exemplo. Hoje, para alcançar um resultado a gente precisa estar perto”, observou a professora.

Essa nova maneira de educar também apresenta desafios. “Nós temos que bater o tempo todo com a tecnologia, é uma disputa desigual. Por isso, temos que encontrar atrativos para trazer essa criança para perto e conseguir ensinar. Até para resgatar as brincadeiras, a coordenação motora e a própria questão da competição, pois há crianças que se frustram por só querer ganhar”, analisaram as professoras.

VIDA DE PROFESSORA

Segundo Paula e Tatiane, os obstáculos encontrados no caminho podem desanimar, mas não tiram o foco da real missão que escolheram. “É uma profissão com muitas dificuldades, mas a gente vê uma criança que há três meses não estava lendo começar a ler. O nosso pagamento é ver a criança crescer e querer explorar e aprender. É uma missão de vida, que todos os professores continuem nessa luta, porque apesar de tudo, vale a pena”, enfatizou Paula. “Nada paga o brilho no olhar da criança quando trazemos algo novo, é nesse momento que pensamos ‘estou aqui para isso’. Algumas coisas fazem com que a gente desanime, mas a gente precisa continuar. O que a gente quer mesmo é fazer a diferença na vida dessas crianças”, concluiu Tatiane.

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