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Polícia

Integrante do “Tribunal do Crime” é condenado a mais de 22 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado e tortura

Um dos casos investigados foi da morte de Osmar Teixeira Policarpo, que foi decapitado e teve o corpo jogado no Rio Emboguaçu.

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O Tribunal do Júri condenou réu denunciado pelo Ministério Público do Paraná por tortura, homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa a 21 anos, 4 meses e 22 dias de prisão em regime fechado.

O réu confessou ser integrante de organização criminosa que age a partir de estabelecimentos prisionais. Os crimes ocorreram no ano de 2018, de forma extremamente violenta e eram atribuídos ao “Tribunal do Crime”, quando membros da facção organizavam “julgamentos”, com a imposição de penas diversas, inclusive sentenças de morte.

Conforme a denúncia do MPPR, o sentenciado e outros nove indivíduos sequestraram, torturaram, mantiveram em cativeiro e mataram a vítima entre os dias 6 e 7 de novembro de 2018 – o corpo foi encontrado boiando em rio da cidade, no dia 8 de novembro, decapitado e com sinais de golpes de faca. O caso seguiu uma série de outros homicídios ocorridos na cidade e relacionados ao mesmo grupo criminoso e seus executores.

O Júri começou na manhã de segunda-feira, 22, e terminou na madrugada de terça-feira, dia 23, com a leitura da sentença condenatório por volta das 2 horas da manhã.

No mesmo julgamento, um segundo denunciado, que teve participação nos fatos, foi sentenciado a pouco mais de 10 anos de prisão, em regime semiaberto. Os demais envolvidos no crime ainda serão submetidos à Justiça. Cabe recurso.

DECAPITADO

Na manhã do dia 8 de novembro de 2018, policiais militares foram acionados por moradores no bairro Beira Rio, para atender uma ocorrência de achado de cadáver. O corpo de um homem decapitado foi encontrado boiando no Rio Emboguaçu.

Ao chegar no endereço indicado, o final da Rua Tupinambá, as equipes constataram o fato. Pescadores que navegavam pela região logo cedo localizaram o corpo em uma prainha.

Com a ajuda de uma embarcação do Corpo de Bombeiros, equipes das Polícias Militar e Civil, Criminalística e IML atravessaram o rio e, depois do trabalho de perícia, recolheram o corpo decapitado e com vários ferimentos provocados possivelmente por uma faca.

Um cadarço, enrolado em uma das mãos, chamou a atenção das equipes que participaram do resgate. A cabeça não foi encontrada.

Foi o segundo corpo decapitado encontrado na região.

OPERAÇÃO ADSUMUS

Através das investigações realizadas pela equipe da Polícia Civil de Paranaguá, foi deflagrada no dia 23 de novembro, a primeira fase da operação ADSUMUS, do latim – “estamos presentes”, ação que prendeu três homens e três mulheres, bem como apreendeu dois menores.

O trabalho de investigação começou logo após o achado do primeiro cadáver decapitado, no dia 25 de outubro, que foi encontrado boiando no Rio Emboguaçu, no Porto dos Padres. Josemar Martins dos Santos, de 31 anos, morador na região, foi morto a facadas, e teve a cabeça cortada e o corpo jogado no rio.

Quinze dias depois, outro corpo decapitado foi encontrado no mesmo rio e na mesma região. Osmar Teixeira Policarpo, de 35 anos, morador no Emboguaçu, também foi morto a facadas e teve a cabeça arrancada do corpo com requintes de crueldade.

INVESTIGAÇÃO

Desde o achado dos corpos e a identificação no IML, policiais civis da Divisão de Homicídios da 1.ª SDP – começaram a investigar os casos e descobriram que havia uma possível ligação entre eles. Além da maneira como foram mortas, as vítimas tinham passagens pela polícia e teriam praticado crimes sexuais nos bairros onde moravam, além de outros atos criminosos.

Depois de ouvir várias testemunhas, os policiais chegaram aos supostos autores. Os mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos pela Justiça e, na sequência, foram cumpridos durante a operação policial, nos bairros Jardim Iguaçu, Emboguaçu, Santa Cecília e Porto dos Padres.

SUSPEITOS

Além das mortes de Osmar e Josemar, o grupo foi investigado por outros dois casos em que as vítimas foram mortas a facadas e decapitadas. Os crimes aconteceram na mesma região no começo de 2018.

QUINTA FASE

No dia 19 de fevereiro de 2019, a PCPR deflagrou a quinta fase da Operação Adsumus.

Foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão. As ordens judiciais foram expedidas após três meses de investigações.

O trabalho realizado pelos investigadores indicou os principais suspeitos de terem praticado seis homicídios em Paranaguá, sendo quatro cometidos em 2020 e dois, em 2021.

ADSUMUS

A operação foi batizada como “Adsumus”, palavra com origem no latim, e significa “estamos presentes ou estamos juntos”. A intenção é mostrar a sua presença das forças de segurança e a constante prontidão no atendimento e nas investigações de casos registrados na cidade.


Veja todas as matérias publicadas sobre a Operação Adsumus.


Com informações da PCPR, PMPR e MPPR

Fotos: Arquivo

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