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Meio Ambiente

Sob ameaça de extinção, filhote de toninha é resgatado em Superagui, mas não sobrevive

Somente em 2023, 30 toninhas foram encontradas encalhadas mortas no litoral

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Foto: Laboratório de Ecologia e Conservação/UFPR – Giuliani Manfredini

Na terça-feira, 5, equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC-UFPR), localizado no campus avançado Centro de Estudos do Mar (CEM), no balneário Pontal do Sul, em Pontal do Paraná,  via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), foi acionada para o resgate de um filhote de toninha (Pontoporia blainvillei) encontrada no Parque Nacional do Superagui, em Guaraqueçaba. O animal com 60 centímetros de comprimento era uma fêmea, que passou por atendimento veterinário já na praia onde foi encontrada, seguindo para no Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise da Saúde da Fauna Marinha (CReD) da UFPR, onde acabou, infelizmente, indo a óbito. A causa está sendo investigada pelo LEC.

Segundo a assessoria, a toninha é o golfinho mais ameaçado do Oceano Atlântico Sul Ocidental. “O atendimento veterinário começou ainda na praia, mas o animal seguiu para atendimento especializado no CReD da UFPR, estrutura coordenada pelo LEC-UFPR. Infelizmente, mesmo após todos os procedimentos para estabilização do animal, a toninha veio a óbito e a avaliação agora segue para que durante a necropsia sejam colhidas amostras que permitam compreender a causa da morte deste indivíduo”, explica.

O médico-veterinário e responsável técnico do PMP-BS/LEC-UFPR, Fábio Henrique de Lima, destacou que a toninha apresentava lesões pelo corpo e dificuldades para respirar, além de quadros de convulsão. “A equipe do LEC/UFPR contou com apoio de uma rede internacional de especialistas para que o atendimento fosse realizado com o melhor conhecimento sobre resgate de recém-nascidos da espécie. As etapas de atendimento e os resultados das análises realizadas vão somar ao conhecimento desta rede para que, ao menos, todos possam ter melhores informações que auxiliem em atendimentos futuros”, informa o LEC e Prefeitura de Pontal do Paraná.

Ameaça de extinção

Fazendo parte do grupo dos cetáceos, que englobam golfinhos e baleias, as tonhas são a espécie em questão mais ameaçada de extinção na América do Sul, sendo que no Brasil ela é é classificada como “criticamente ameaçada de extinção”. “O comportamento discreto dos animais traz dificuldades para a observação na natureza e para que seja conhecida pela população em geral. No entanto, assim como outras espécies marinhas, a sobrevivência da toninha está ameaçada pela perda e degradação de seu habitat, poluição do oceano e principalmente devido às inúmeras interações com as atividades pesqueiras, incluindo o alto número de animais capturados acidentalmente em redes da pesca de emalhe”, detalha a assessoria.

“Com até 1,8 metro de comprimento total, mas com filhotes menores do que 80 centímetros, as toninhas habitam as águas costeiras desde o estado brasileiro do Espírito Santo até a região central da Argentina. Como sentinelas ambientais, seu estudo pode revelar informações importantes sobre a saúde de outras espécies marinhas e sobre a qualidade dos ambientes costeiros-oceânicos, assim como sobre os recursos pesqueiros”, ressalta o LEC.

A bióloga e coordenadora do PMP-BS/LEC-UFPR, Camila Domit, salienta que a sobrevivência das toninhas depende de ações coletivas e de um processo mais intenso de governança oceânica. “O ordenamento territorial e de práticas pesqueiras é essencial para que os ambientes e alimentos de importância para as toninhas tenham saúde e qualidade”, completa.

30 toninhas encontradas mortas em 2023 no litoral do Paraná

O LEC ressalta que o litoral do Paraná é uma área de reprodução, desenvolvimento e alimentação importante das toninhas. “O registro de um recém-nascido encalhado vivo é um aviso para que todos cuidem do litoral e da biodiversidade que depende dos mares. Somente em 2023 foram quase 30 toninhas encontradas mortas encalhadas apenas no litoral do Paraná pela equipe PMP-BS/LEC-UFPR”, alerta a assessoria.

O que fazer ao encontrar animais debilitados ou mortos nas praias

“Ao encontrar animais marinhos debilitados ou mortos nas praias paranaenses, acione a equipe do PMP-BS/Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pelo 0800 642 33 41”, informa o LEC. 

PMP-BS

A realização do PMP-BS é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos. “No estado do Paraná, Trecho 6, essa condicionante é realizada pela equipe LEC/UFPR (@lecufpr e www.lecufpr.net)”, finaliza.

Com informações da Prefeitura de Pontal do Paraná e LEC

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